quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Aprovado o novo caixão de Portugal

Sem muitos comentários.


Depois de uma farsa de debates e de uma farsa de "negociações" com o maior partido da "oposição" (PS, pela mão do seu dirigente inSeguro), lá foi aprovado, no nosso vergonhoso Parlamento, o Orçamento de Estado para 2012.


Não concordar com um orçamento e ABSTER-SE?! A desculpa de terem assinado o acordo com a Troika não cola, pois foi bem proclamado e verificado que este orçamento vai (como dizem os "peritos em gorduras" mas não em dificuldades da vida) "muito para além da Troika".


Assim, o PS poderia bem ter reclamado a "quebra de contrato/acordo" unilateral por parte do Governo. Tão simples como isso. E as negociações aí seriam a "doer" para os jovens "Young Turks" dos ministérios.


Ou seja, foi feito o carregamento de "mais tábuas" (e pregos) para o caixão português, parafraseando o célebre fado, já que está na berra por estes dias, com o PS a ajudar a serrar e martelar.


Ao incentivo e renovação da Economia este programa disse nada.


A insensibilidade para com os mais fracos e pobres lá continua, com uns toscos remendos para disfarçar.


A insensibilidade para com os sectores da Saúde, da Educação, da Cultura e até do Turismo lá campeiam a todo o vapor neoliberal.


Resta perguntar: a quem serve este orçamento? Aos mercados? São eles que cá vivem? São eles ,sequer, que cá votam? E pergunto ainda mais: é SEQUER o dinheiro que "generosamente" nos emprestam ou cá investem... DELES, dos especuladores dos mercados?


Sabemos que não. Sabemos que resultam da sangria já praticada nos erários públicos e classes média e trabalhadora de outros países pelo mundo fora, antes do nosso, pois os célebres e nervosos mercados não vivem, na larga maioria, dos rendimentos do trabalho.


Corrijo: vivem do trabalho, mas do trabalho... dos outros! :((


"Alergia" (30-11-2011)

domingo, 27 de novembro de 2011

Património Mundial: CAMANÉ "Sei de um Rio"


(Camané  "Sei de um rio"- 2008)
Pouco a acrescentar ao grande entusiasmo que reina hoje por  Portugal e não só, pela declaração, pela  UNESCO, do Fado como Património Imaterial da Humanidade.
Da parte que me toca, talvez por não ser lisboeta, não cresci numa cultura de fadistas (só de tristes "fados"...). Em crianças,  eu  e os  meus irmãos parodiávamos, até, a pose  dos fadistas, nas nossas brincadeiras, com os seus xailes,  os seus olhos  fechados e  as suas nucas lançadas para  trás.  Os  meus pais  cantarolavam bastante, mas  eram  temas  de filmes ou romantismos brasileiros. Achávamos piada ao estilo da Hermínia Silva e seus àpartes, respeitávamos Amália e Carlos do Carmo.
Mas não era entender e sentir o Fado.
Depois crescemos.
Passei a apreciar o Fado dos estudantes de Coimbra, principalmente nas vozes de Luis Góis, Adriano Correia de Oliveira e José Afonso.
Já o fado lisboeta continuava... quase como aquela paixão alfacinha por comer caracóis: um mistério!
Levaram-me a casas de fados, escutei e respeitei. Porém não o conseguia viver por dentro, à parte alguma letra/poema mais bonito, o apreciar o som da guitarra.
Lá se vai envelhecendo e aprendendo com a vida, no entanto. E veio uma nova geração de fadistas e de autores de fados que refrescaram o género musical. E uma melancolia suavemente instalada começou a rimar com alguns fados, algumas vozes que os traduzem aos nossos ouvidos.
Um exemplo é Camané. Nem quem não entenda Português pode negar a limpidez desta voz, a beleza deste fado.
Que esta distinção da UNESCO sirva para ajudar a conservar o que já foi feito neste mundo do Fado , como a manutenção e pesquisa dos seus arquivos (lembro, por exemplo, o ressuscitar daquele fado de Amália, censurado pela Pide, de nome "O Medo", outro dos poucos que aprecio muito) ou o incentivo aos novos valores.
Por outro lado espero que não dê para aquelas reacções exageradas de extremos em que somos especialistas em Portugal, de termos agora uns largos meses a transmitir apenas fados e entrevistas a fadistas, de pôr os alunos das escolas a cantar fados, a estudar letras de fados, a fazer fantasias de fadistas e a construir casas de fados com fósforos, a levar as Joanas Vasconcelos do país a imaginar exposições de guitarras portuguesas  gigantes  feitas com colheres de pau ou com caricas... ou seja, a levar as pessoas a começar a "vomitar" fado pelas orelhas de forma a acabar por fazer uma campanha contraproducente que em pouco tempo ponha Portugal a dizer: "Oh! Outra vez Fado? Nããão!" :)))
  (O outro exemplo que me faz temer isso foi a febre pessoana aquando do centenário do nascimento de Fernando Pessoa! Falava-se de tudo do Poeta, desde a pose do chapéu às sus contas de lavandaria, mas esquecendo o abrir as sensibilidades para entender os seus poemas! O que valeu foi a intemporalidade e grandeza da sua poesia, que sobreviveu a essa "torrente"!)
Ah! E já aprendi a apreciar, ou mais ou menos, um ou outro pratinho de caracóis! :))

sábado, 26 de novembro de 2011

Há cérebros de esquerda e de direita?

Já sabiamos que há o LADO ESQUERDO e o LADO DIREITO do cérebro e que cada um dos lados "dirige" diferentes funções do nosso corpo e das nossas acções.
Mas agora os neurocientistas vêm revelar-nos uma nova pesquisa.
A de que somos mais "DE ESQUERDA" ou "DE DIREITA", consoante a configuração específica do nosso cérebro!
Isto pode trazer algumas respostas quanto ao que ontem se debatia, em jeito de brincadeira, algures por AQUI e no Facebook. :))
Em Londres, a  aquipa  de neurologistas  do Dr. Ryota Kanai  submeteu um grupo de estudantes a um inquérito, submetendo os seus cérebros, em seguida, a uma R.Magnética.
E o que descobriram estes investigadores?
 1º- O cortex pré-frontal  ("Cortex cingulare antérieur"- traduzi bem?) , que regula a GESTÃO dos CONFLITOS  e da INCERTEZA é MAIOR nos  "LIBERAIS" (a ESQUERDA, nos países anglo-saxónicos;
2º- a amígdala cerebral direita, correlacionada com a GESTÃO do MEDO,  e a "Insula", ligada ao DESGOSTO, são  BEM MAIS DESENVOLVIDAS nas pessoas "CONSERVADORAS"( de DIREITA).
Mais uma vez esta interessante novidade surge num pequeno artigo do nº 232 da revista "Sciences Humaines" já referido:
"BINVENUE DANS LA NEUROPOLITIQUE":
Desta vez tem link, mas farei aqui uma pequena síntese de algo do que diz a seguir:
é um facto que os "liberais"/esquerdistas são frequentemente mais abertos à mudança do que os "conservadores". Embora ainda por desenvolver, estas pesquisas realçam a coexistência de duas hipóteses: 
- por um lado, as zonas do cérebro  desenvolvem-se desde a nascença, ainda antes de haver   qualquer consciência política, devido a factores genéticos ; 
- por outro lado, as escolhas políticas feitas por cada um ao longo da vida acabam  por "modelar" as zonas em questão, através do fenómeno da plasticidade cerebral.
E ainda mais fantástico (mas por outro lado assustador!):
APENAS através da medição  dos volumes da Amígdala e do Cortex pré-frontal,o Dr. Kanai e a sua equipa  foram capazes de PREDIZER, com um grau de exactidão de 3 em 4... a ORIENTAÇÃO POLÍTICA de cada estudante!
E o a artigo interrroga em seguida sobre como se poderia avaliar a população dos indecisos, a do chamado "Voto flutuante"...ou de como conhecer a verdadeira tendência de opinião dos líderes que andam por aí! Mas é ler no original.
Eu tenho outra reflexão: será que , com a sede de avaliar e medir e pré-avaliar as crianças como tudo o resto e fazer "rankings" escolares... será que no futuro teremos Estados totalitaristas a tentar separar os estudantes consoante os que poderão ser bons "líderes" das suas hostes?  :(
E por outro lado a avaliar quem melhor podem controlar através do medo?
Não é assim tão fantasioso! Lembro que proliferam já por aí as "Escolas de Líderes" e os meninos que andam a ser preparados, longe da "reles populaça" para serem os futuros líderes em todas as áreas....:((
E, como sabem, mal uma classe social se impõe no poder, logo trata de criar as balizas que ajudem a distinguir a raça, ou, como diriam pesquisadores anglo-saxónicos, a "breed" e o "pedigree" de cada um. Se já há quem faça isso no dia-a-dia, por puro preconceito, quanto mais tendo a neurociência a dar uma ajuda? :(
Bem, alguns dirão que devo estar com a tal zona do cortex um bocado volumosa, outros dirão que tenho a Amígdala ea ínsula muito  medricas  e "desgostosa", respectivamente... Podem escolher! :))
Não sei observar isso. Só sei que este artigo me pôs os neurónios  um tanto em ebulição! ;))
Margarida Alegria (26-11-2011)

Enfrentar os desafios da vida: que fazer?


Da mesma revista (Sciences Humaines), num dossier completo já com alguns meses, desta vez com versão online (o link dá acesso à introdução e aos títulos dos vários artigos do dossier(mas só alguns são de livre acesso).
Também na secção de Psicologia, o debate das várias formas que temos de enfrentar os desafios, as dificuldades diversas da vida. Uns costuma fugir, outros ficam para lutar, outros simplesmente se adaptam deixando passar o pior da onda(ou, simplificando, não fazer nada). E uma mesma pessoa, em ocasiões diferentes, opta  por uma das estratégias, ou por uma combinação de algumas, de forma faseada.
Mas a palavra aos especialistas:
A LER E RELER! E pensar...
Porque somos, na maioria quase iletrados nestas estratégias e por isso até perdemos,tantas vezes, muito do que há de bom na vida, pela escolha da estratégia errada...

Exageros de diagnóstico nas dislexias e similares

Em mais um número sumarento, a excelente revista "Sciences Humaines", nº 232-Dezembro de 2011, lança pistas sobre recentes estudos  a propósito  da disgrafia, dissortografia ,  discalculia e todas as restantes "dis" ("dys"). Surge agora o debate de como afinal é desaconselhado o  super-diagnóstico destes problemas, pelos psicólogos, perante a ansiedade dos pais.Na realidade, há poucas décadas, não se falava muito nestes problemas, o que era mau, pois muitas crianças eram estigmatizadas por "darem erros " ortográficos crónicos, ou por terem dificuldade em fazer cálculo mental ou entender um texto escrito, quando o liam sozinhas.Agora caiu-se no extremo oposto, andando os pais a correr para psicólogos e outros especialistas e ansiosos por sair de lá com um papel que ateste a dislexia do rebento, ansiosos por sacudir o dito papel perante os professores, que não entendem os seus filhos. Há uns anos tal dava até abusos no requerimento ao direito ao estatuto de aluno com NEE, o que afinal acabava por também estigmatizar. Sendo alguns casos bastante severos, outros há que poderiam ser colmatados naturalmente, com o tempo, pois por vezes só com a prática da leitura, do cálculo e da escrita é que o aluno pode proceder à auto-correcção.
O artigo, pequeno e a remeter para alguns artigos de revistas de Psicologia, sublinha a forma como se multiplicaram os diagnósticos no famoso DSM-IV (o mais célebre classificador internacional de patologias). Especialistas em neuropediatria e psicologia denunciam a arbitrariedade que existe em tais diagnósticos, pois a aprendizagem de uma criança não depende apenas de um diagnóstico destes, mas de todo o seu enquadramento de crescimento, de emoções,da sua curiosidade  e motivação específica, da complexidade dos raciocíniod mentais exigidos na aprendizagem...
Dizem muitos que o excesso de diagnóstico (sobretudo depois de ter surgido a moda  francesa da "multi-dys" --ou seja, a presença simultânea na mesma criança das variantes dislexia, disgrafia, etc.) pode ser contraproducente e estigmatizar ainda mais a criança, encerrando-a numa categoria, impediditiva, por seu lado, de qualquer possibilidade de evoluir.
O texto não está, infelizmente na versão online, mas deixo aqui o título, com link para a revista em geral, um link a guardar, a meu ver.
Como disse acima, uma revista sempre com muito que ler e pensar e, acrescento, geralmente MUITO À FRENTE das teorias que por cá ainda se debatem (ver por exemplo um artigo sobre a "febre" da avaliação, so como mero exemplo!).

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Até ao momento, ele vive eternamente (Freddy Mercury)



(Queen- Who wants to live forever)

Boa pergunta fazem eles. Eu não quero.

Se for para continuar a ver o Mundo a ir por este caminho, com o ser humano a ser o "lobo" do seu irmão.

Com a proliferação da Injustiça, da Cobiça e da Inveja neste planeta.

Com o retrocesso no respeito pelos Direitos Humanos.

Com tanta criança que sofre.

Com tantas mulheres e velhos a serem desrespeitados...*

Com o aumento da destruição da Natureza, em ritmo galopante.

Com tantas pessoas que julgam que a vida gira em seu redor e que por isso têm direito a espezinhar os outros, a treinar dia-a-dia a insensibilidade, o aproveitamento dos outros como se coisas fossem, sem o dever da retribuição ou sequer de respeito.

Com tanta gente, assim, a estagiar para ser monstro efectivo, renegando a bondade , o perdão, a verdadeira atenção aos demais.Renegando a verdade .

Com tanta gente a elevar-se na arrogância tola, infundadamente.

Com tanta gente que apenas finge humildade perante aqueles que julga poder trazer prestígio ou vantagem. Tanta hipocrisia...

Com tanta falta de memória, real ou fingida...

Com tanta gente "doente" do coração, da alma...

Com tanta gente mascarada...

Com tanta gente que não quer ser PESSOA.

Não. Realmente, neste panorama: "Who wants to live forever?"

Not I.... :((

Na passagem dos vinte anos da morte de Freddy Mercury, uma pequena homenagem, ao fechar do dia.

* E hoje também a fechar o dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as mulheres (como se muita gente quisesse saber, até mesmo mulheres que se dizem modernas mas que não passam de machistas).

"Alergia" (25-11-2011)

Chavões em destak (ou: esta jornalista e um carapau de corrida são o mesmo?)

(imagem de :"Laboratório da parvoíce")


(Texto para saborear com calma, com um cálice de Porto ou um chocolate, enquanto os iluminados não os considerarem "acima das nossas possibilidades. Ou : como de um texto pequenito e com ideias pequenitas, surge um texto de protesto bem mais longo, mas também com mais ideias para ler. Aproveitando a isenção de IVA)

Há textos jornalísticos,-- de comentário, crónica ou até mesmo editorial, -- que ultrapassam tanto a racionalidade e que, por outro lado, dão tanto "sumo" para uma análise de chavões e todo o tipo de ideias feitas, que é difícil resistir a ignorar a sua insignificância.
O que os torna ainda mais "acarianos"(vide: ácaro) no que às alergias que provocam, é o facto de muitas vezes virem impressos em milhares de exemplares,em difusão alargada, enquanto tanto bom livro é condenado injustamente às prateleiras dos monos. Um bom exemplo de que este Mundo não é mesmo justo.

Portanto, normalmente acabo por não postar sobre eles. A não ser quando, como no caso que se analiso adiante, há que tentar de alguma forma combater os chavões, as frases feitas e, sobretudo as ideias feitas e "pronto-a-vestir" que pretendem vincular nas cabeças dos cidadãos, numa espécie de lenta lavagem cerebral colectiva. Neste caso, a que nos quer convencer que nos devemos submeter ao que nos foi traçado, à inevitabilidade das coisas, ao conformismo. O tipo de "status quo" na berra é aquele do que "vivemos acima das nossas possibilidades" e o "não há alternativa a estas medidas" e que temos de ficar mais pobrezinhos e que isso de termos andado a ser roubados durante décadas é culpa de todos, responsabilidade de todos e que somos nós TODOS que devemos dinheiro aos mercados, etc etc.Brrrrr! Umas tretas!

Embora haja os escribas-maiores que alardeiam essa teoria, há também os escribas de segunda-linha, tipo brigada de apoio, que vão debitando esses pensamentos, por entre catálogos de carteiras e lantejoulas ou anúncios de produtos para o lar. Mesmo que não se costume ler esses "papiros" preciosos, por vezes esbarra-se com eles inadvertidamente, nas salas de espera de consultórios, no cabeleireiro ou nos cafés,pois, para quem goste de ler e de saber o mundo ,passam por serem um pouco mais substanciais que as concorrentes opções de "Hola"s ou de "Novas Gentes". Fatal engano! Ao menos as revistas cor-de-rosa dizem ao que vêm!
Um dos maiores desse fatais enganos costumam ser os brilhantes (cof cof) editoriais de uma tal (jornalista?) Catarina Carvalho, no Notícias Magazine, que não nos cessa de surpreender com as suas visões do mundo e do país! Lembro-me, a título de exemplo, de como defendeu já que seguissemos o exemplo dos chineses (economicamente!!!), ou de como se devia imitar a cabeleireira dela, a trabalhar até aos feriados (para a atender a ela...), ou de como um dos mais graves factores para que há uns meses estivessemos a baixar de "rating" para as famosas agências era porque... SIM PASMEM( oh mas que profunda teoria!)... porque as "Poor and fitch and moodys an dingdong and standards and bastards and Co." que nos "ratam" viam que os portugueses não queriam trabalhar, porque(tcham tcham!!!)... o modelo de avaliação dos professores havia sido então suspenso no Parlamento!!!

Estão a ver o raciocínio? Os cowboys da especulação andariam, quem sabe, a ler notícias sobre Portugal, paizeco que eles pensam que fica lá para o norte de África ou América do Sul, à direita das ilhas Caimão, uns metros depois do talho, e só nos julgariam dignos do nível Lixo, porque se interessavam muito pelos assuntos da Educação mundial e portuguesa em particular...
Estive na altura para escrever sobre isso noutro blogue, mas depois meteram-se assuntos mais importantes na calha.

Essa Catarina assina como directora da revista domingueira e veio substituir a sua colega Isabel Stilwell, do tempo em que a mesma publicação tinha algum interesse. Posto que a mesma Isabel andou a escrever livros (uma biografias romanceadas, até com piada, de rainhas de Portugal) e artigos noutras publicações da concorrência. "Da concorrência" talvez seja boa qualificação, ou melhor poderiamos acrescentar "concorrência a Catarina Carvalho" , pois, parecendo antigamente uma pessoa de bom senso com algumas ideias, aparenta ter entrado no mesmo tipo de delírios conformisto-iluminados da colega. Já muito andou a ser dissecado na blogosfera um texto que escreveu a criticar a "Geração à Rasca" e ainda uma ou outra "preciosidade" quem tem vindo a sair da sua pena.Ressalvo desde já que dantes até tinha alguma consideração por I. S. como jornalista, mas penso que será mais um caso em que é o afastamento da realidade vivida pela maioria da população e o crescer destes jornalistas numa espécie de "limbo" social que os leva a debitar tais pensamentos.

Hoje trago à berlinda um editorial de I. Stilwell, do "Destak" (11 -11-2011), um daqueles jornais oferecidos gratuitamente em semáforos ou hospitais. Por isso, como dizia acima, com muita tiragem e muitos leitores, mesmo que pouco voluntários. E aí surge das tais lavagens ao cérebro típico dos situacionistas que querem que as pessoas continuem a aguentar as "troikadas" muito "mansamente".

Primeiro, estranhei que um jornal ,que é quase na metade feito de anúncios (neste caso 11 páginas de anúncios num total de 18), tenha um editorial, texto jornalístico que normalmente exprime as ideias base da direcção sobre o que aí é noticiado. Como sintetizaria e conjugaria ela as vantagens do "Vibroplate", com o hipermercado, a toyota e ainda os auto-anúncios? Mas, está bem, um editorial pode ser também um texto de opinião, em usos mais recentes. Mas escrito por jornalista. Pelo que não deveria ser com o principal propósito de lavar cérebros. Enfim, leiamos, pois até nem é dos piores jornais gratuitos e dá notícias importantes, como a de que Top Models vão fazer novo video dos Duran Duran...;)) ou a previsão do tempo....

O título é apelativo : "OS números não são o mau da fita".

Vai portanto falar de economia, aparentemente, e vai dizer-nos quem é que são mesmo "os maus da fita", esperamos. Finalmente uma saída para a crise!

Passa logo depois a comentar uma frase recente de Mário Soares de que "as pessoas estão à frente dos números". Hum....Começo a imaginar Soares a preparar esse discurso , enquanto recebe mais um belo cheque da autarquia para a sua fundação, tendo a inspiração vinda dos muitos zeros à direita da cifra, que logo lhe sugeriram a sentimental imagem das cabeças redondinhas de muitas pessoas, à frente dos outros números... (ai lá estou também a divagar, cala-te boca!).


Bem, queria o antigo PR dizer, no fundo, que as pessoas e os seus direitos eram mais importantes que o dinheiro e as finanças. No fundo, o que muita gente defende: a vida do país e das pessoas não é só feita de "dívidas" aos "nervosos mercados". A vida das pessoas não é só feita de trabalho nem de dinheiro. O dinheiro e o trabalho devem servir as pessoas e não o contrário. Há que ter outros valores, como o tempo para si, para a família e amigos, o lazer, uma felicidade equilibrada.
Se era esta a intenção de M. Soares ao dizer aquilo, concordo. Concordaria I. Stilwell?


Dizia ela, que em princípio sim. Mas depois começou num relambório de que "o dinheiro representa a realidade e por isso não é infinito nem chega para tudo"(sic). Que era lamentável o aumento do desemprego, mas que o dinheiro não estica nem é "mágico ou infinito" e que não há dinheiro e que há que "saber fazer escolhas"(sic) no que se gasta que é preciso optar " entre as finanças e o tratamento de uma doença ou de outra"(sic! sic!) bláblá e blá e que era preciso entender que "Não podemos estar todos felizes ao mesmo tempo." (sic sic sic!!!!!!)


Nem sei por onde começar, a não ser no dizer que provavelmente poderia distribuir estacas virtuais para segura os queixos que possam ter caído, como aconteceu ao meu ao ler isto pela primeira vez. Imagino o quão satisfeitos os senhores dos mercados bolsistas" devem ter ficado. Ganharam mais uma porta-voz para as suas ideologias doentias. Pois Isabel S. pôs a "mão na ferida" , corajosamente explicou aos mais pobrezinhos que este é um mundo onde reina a bela lei do mais forte economicamente, a realista lei da selvajaria especulativa, onde NEM TODOS PODEM SER FELIZES AO MESMO TEMPO! Pois não! Apenas os bons jogadores com dinheiros privados e públicos. E que sabem "fazer escolhas", desde que tenham um bom corrector e saibam manipular os boatos financeiros! E que se se tiver de escolher entre as finanças dos Bancos, coitados, cheios de lucros e bons cobradores de taxas, entre pagar as contas das agências de rating ou do FMI e... a asma dos filhos ou o cancro dos pais (uma ou outra doença, enfim, paciência)... claro que há que sacrificar os segundos! Porque o dinheiro não é "mágico nem infinito"... a não ser quando é para fazer dinheiro a partir do dinheiro, em especulação bolsista, isso é outra coisa!


Só apetece levar a ironia ao máximo, perante estas teorias infelizes! Já não bastava o papelão dos ministros que nos levam a todos para o cadafalso da bancarrota e ainda vêm jornalistas com alguma rodagem defender o primado do dinheiro, na estranha aritmética de que:
PESSOAS = DINHEIRO



E sublinha a ideia no período final do texto, que deve ser o "tour de force" inesperado que tanto gostam de dar às crónicas, mas que considero que mais adequado seria chamar de "punch line", como se de um texto de comédia se tratasse. Aí vai (e repare-se no tom paternalista que demonstra o que perpassa em todo o texto):



"E é por tudo isto que pessoas e números não se podem dissociar, nem dizer que uns devem estar à frente dos outros, porque são o mesmo."



Até podia concordar com a primeira parte e acho que nisso também pensava Mário Soares, por contraste com os contabilistas funerários que agora nos desgovernam : não podemos dissociar os números (do dinheiro) (da vida) das pessoas.


Mas na segunda parte há uma guinada para,digamos, uma espécie de falso silogismo que mete dó.


Resumindo o editorial de I. S. num silogismo falso que parece construir:


-As pessoas precisam de dinheiro para viver


- O dinheiro é igual aos números e não é "elástico"


- LOGO: As pessoas são o mesmo que os números (dinheiro)


(ou estarei a ler mal?)


Nesse caso, também poderia construir os meus silogismos:

- I. Stilwell é uma jornalista

- Alguns jornalistas são "carapaus de corrida",

- LOGO: I. S. é um carapau de corrida (ou, para estrangeirar o nome, um "running mackerel")

Ou ainda:

- Isabel S. foi directora do "Notícias magazine";

-Catarina Carvalho é directora do "N. Magazine";

- LOGO: I. Stilwell e C. Carvalho são o mesmo.


"Qué tal?" Regressa, capa da "Hola!" com a nubente nonagenária duquesa de Alba, que estás perdoada! :)

"Alergia" (23-11-2011, a publicar apenas no dia 25, após a Greve Geral)







terça-feira, 22 de novembro de 2011

Delícia para iniciar o dia : I Wanna Singa - Owl Jolson





( "I Love to singa", de Fred ("Tex") Avery, Looney Tunes /Merry Melodies, 18 de Julho de 1936- sendo um dos animadores o jovem Chuck Jones)


Para começar o dia em grande, nada como recordar um brilhante Desenho Animado de Tex Avery, "I Love to Singa",do tempo em que ainda trabalhava para a Warner Bros. nas Looney Tunes.

É uma história simples mas deliciosa de um pequeno mocho, nascido numa família de músicos, mas que em vez de seguir a tendência lírica dos demais, quer cantar Jazz (daí se chamar Owl Jolson, por paródia ao "Al" do mesmo apelido), e sofrendo as agruras pela sua rebeldia.

O filme não tem legendas, mas o som está bem reproduzido e dá para entender perfeitamente, mesmo que não se saiba Inglês.

Para lembrar que em cada dia que passa devemos lutar pelo que queremos ser e pelos nossos sonhos, se não queremos deixar-nos engolir pelas nossas circunstâncias mais adversas, mesmo que estas nos possam limitar um tanto.

Bom dia! E que todos consigam trautear o "I LOVE TO SINGA!" das suas vidas! :))

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Fez ontem um ano!




O tempo parece voar. Mas sim, já foi há um ano. Há um ano que decorreu uma das maiores demonstrações de prepotência dos nosso governantes e do estreitecer da Democracia e da liberdade em Portugal.

Para demonstrarem força, num país desacreditado perante os seus pares, o senhor Sócrates e o seu governo, com a assinatura de cruz do senhor Cavaco, encheram as ruas do centro de Lisboa de blindados e de polícias de choque, totalmente equipados para uma guerra, e assim rechear o olho ao senhores da NATO, que faziam uma cimeira, nesse dia 20 de Novembro de 2010, a uns bons quilómetros, na zona da Expo, para"decidir" o que já estava decidido, nomeadamente a mudança dos estatutos tradicionais dessa Aliança, dando-lhe plenos poderes para muita coisa, tal como a intervenção em zonas fronteiriças e em países em crise (catástrofes naturais, problemas climáticos, excesso de imigração "indesejável"...) sem terem de pedir muita unanimidade mundial e muito menos respeitando a soberania dos países.

E quem se preparavam os bravos polícias e suas dezenas de carros blindados para combater, na descida do Marquês ao Rossio? Perigosos terroristas?Não. Populações em fúria e armadas? Muito menos. Perigosos (e míticos, quais gambozinos) black-blocks infiltrados numa manifestação pacífica contra a guerra? Ninguém os viu...

Nada disso, cerca de 300 desse polícias tiveram ordem para cercar uns 100 dos manifestantes (bela proporção, portanto, de 3 por 1 ), enxotados para a cauda da manisfestação onde alguns se julgavam donos (a CGTP, o que foi uma atitude lamentável!), só porque muitos esses 100 eram jovens, tinham "rastas" e tocavam chocalhos e batuques e se haviam organizado em Liberdade com cartazes e narizes de palhaços para desfilar, informando apenas o Governo Civil e não pedindo licença aos ditos "donos" da mesma...Os restantes eram cidadãos também comuns, muitos pais e mães de família e até pessoas "de idade".


Os polícias cercaram esse grupo, perante os apupos populares por inicialmente os não quererem deixar desfilar, formando uma verdadeira muralha humana, onde deixavam entra mas não sair.É preciso que isto seja relatado, denunciado sempre e repetido. Ao contrário do alarme de alguns repórteres que ficaram de fora do cerco, não houve uma única pedra ou garrafa arremessada, não houve qualquer violência da parte dos cercados, só palavras de ordem, cantos e batuques. Os jornalistas que ficaram dentro assim o puderam testemunhar, embora ao regressarem às suas redacções fossem nitidamente coibidos de o revelar abertamente. As fotos de caras crispadas que foram publicadas nos jornais, foram as únicas de momentos um pouco mais tensos, mostrando polícias (dos de boné) a empurrar à bruta alguns manifestantes, e estes a queixar-se, mostrando algumas caras crispadas de mulheres que queriam sair do cerco para ir à casa de banho ou buscar água. Nada mais!

Tentaram sublinhar nas notícias que no final havia o perigo de os "perigosos" manifestantes se dirigirem à sede de Re-candidatura de Cavaco, mas só pelos jornais estes se aperceberam da existência dessa sede! Uma anedota ridícula a que os nossos OCS nos podiam ter poupado!

Ainda parece que foi ontem, numa situação na qual jamais pensara ver-me envolvida. Uma manifestação pacifista subitamente transformada em cerco militar, cerco onde, como já disse, se podia entrar, mas de onde não se podia sair (o que levou muitos espectadores do desfile ,de fora, indignados, a entrar, em solidariedade e assim triplicar o número dos cercados) sendo até os repórteres que estavam cercados empurrados para dentro deste "Ghetto", sempre que pretendiam um melhor ângulo para as suas fotos.

Sou ainda capaz de ver aqueles polícias que cruzavam os bastões, para fechar o cerco sentir o cheiro a couro novo das botas, das luvas e das ombreiras engraxadas, de ver o brilho dos seus capacetes imaculados, ver as suas armas à cintura, as algemas, as ameaçadoras latas de gases perigosos visivelmente ostentadas à cintura e até sentir o nervosismo e calor que pareciam ter por baixo de tanto equipamento normalmente não fornecido ao polícia "comum" que guarda as populações. Dava para reparar na extrema juventude de alguns e como estavam mais ansiosos que nós para verem passada essa situação, embora fazendo grande esforço para não revelarem emoções.

Nunca pensei ver isso de perto, no meu país de recente Liberdade, pouco mais velha que muitos daqueles polícias. Uma manifestação pacífica e extremamente civilizada de cidadãos de uma democracia, transformada numa demonstração patética de força, para mostrar ao povo o que pode acontecer, em caso de "convulsão social"! Uma prisão temporária e ilegal, sem direito à satisfação básica até das necessidades fisiológicas, sendo a ordem de "encarceramento" um nítido abuso de poder, ralegando uma eventual "prevenção" de "violência" vinda de pessoas que, muitas delas nem carne comem com receio de magoarem animais e que só queriam exercer o seu direito de participação no país e no mundo, esses jovens que tanto são acusados de viverem alienados das realidades!

Deixo aqui (acima) a melhor reportagem que está na Net, uma reportagem "amadora" que faz corar as dos ditos profissionais televisivos (censurados) , pois é de quem viveu por dentro a situação e que melhor testemunha o verdadeiro ambiente, apesar de tudo alegre (pois pleno de consciências tranquilas), que aí foi vivido.

E por aqui me fico. Para mais já abordara este tema, há um ano:



- E ainda o que postei aqui: Testemunho de Raquel Freire

(tudo no defunto "Uma Aventura Sinistra")

"Alergia" (21-11-2011)


sábado, 19 de novembro de 2011

WHAT?! - Um candidato da Manchúria à portuguesa?!

(imagens de "O candidato da Verdade" e de "O Candidato da Manchúria")

A propósito da recente demissão de António Borges do FMI, o famoso António Borges, o eterno putativo ministro das Finanças que nunca o chegou a ser, o constantemente citado como salvador da nação, o iluminado e estrangeirado especialmente versado no mundo dinheiro, já se fala por aí na hipótese de estar a ser preparado para substituir os nossos actuais governantes, se estes se espalharem muito para breve.

Observando o colocar, sem eleição pelo povo, de tecnocratas apontados como luminárias para o fim da crise, os heróis que vão por tudo na ordem, arredando os incómodos políticos para o caixote do lixo -- já temos Mario Monti em Itália e Papademos na Grécia, só para começar, "golpe" executado numa escassa semana-- já nem digo que tal não possa ser ideado, coisa que há alguns meses todos julgariam execrável, ignóbil e impossível...

Não que os patéticos políticos não se tenham posto a jeito, especialmente o clownesco Berlusconi, não que os nossos, todos tão obedientes qual cordeiros para a matança, não se estejam também a colocar a jeito.

Mas virmos também a ter o nosso "Candidato da Manchúria" (ou ele será já PPC?), como no filme do mesmo nome, onde um candidato "fantoche" robotizado e comendado à distância é posto à frente dos EUA, com a firme convicção de que o candidato "perfeito" seria o dirigido pelos cientistas e não um ser político imperfeito... isso é de ARREPIAR!

O filme teve várias versões, sendo as mais antigas ligadas a um enredo mais conspirativo vindo do lado de lá da cortina de Ferro, no tempo da Guerra Fria e o mais recente(com a tradução meio tola de"O candidato da Verdade"), protagonizado por Denzel Washington (não , não faz de Obama nem de mau, mas é o bonzinho que investiga tudo), é mais abrangente, focado na hipótese das conspirações anti-sistema democrático... manipulando a democracia. De facto, o tal candidato é eleito, " honestamente", sem que ninguém se aperceba que é apenas um bonito modelo comendado por um "chip".

A ficção pode ser por vezes fantasiosa, mas que é muitas vezes profética, é caso provado em numerosos exemplos. Daí de dizer por vezes que "a Arte salva" o Homem, poi o faz ver para além da realidade palpável.

Bem podem dizer que o nosso A. Borges não é um robô acéfalo, longe de mim tal qualificação, mas representa realmente o típico nunca eleito TECNOCRATA. E o facto de também ter tido a sua experiência e cultura financeira a trabalhar na Goldman-Sachs,forte raiz da crise global, e agora no FMI, também não ajudam a tais suspeitas. E de português, na verdade, também não lhe deve restar muito, àparte os genes e o nome, não acham?

O certo é que se demitiu, alegando motivos pessoais, mas depois com notícias de que se incompatibilizara com as estratégias de C. Lagarde. E a Europa está em ebulição e em dança das cadeiras como jamais visto. Com cadeiras passadas para os ilustres traseiros de "assépticos" tecnocratas, da confiança das instituições financeiras mundiais e da "Herrina" Merkel.

Dá de facto para cogitar... E continuar a ver este panorama muito negro.:((

"Alergia" (19-11-2011)

Humor: uma Justiça fofinha! :)



Esta é uma notícia de ontem, mas boa para saborear no fim-de-semana.

Há uns dias, fora divulgado o caso de um magistrado processado disciplinarmente pelo Conselho Superior de Magistratura(CSM), pelo facto de deixar atrasar muitos processos, o que não abonava à sua condição para continuar a exercer.
Mas a notícia salientava, citando o Boletim Informativo do CSM, mais uma vez com um gosto um tanto "picante" que vai afectando até os jornais mais sérios, que um detalhe que realçava o estado de degradação psicológica do dito magistrado fora o ter chamado "fofinha" a uma ré, ao anunciar ,no final de um julgamento, que estava "absolvida a ré fofinha" (sic)!!!!
Li isso na altura e fiquei triste, pois é sempre de lamentar ver uma carreira acabar desta forma e fui pensando no que já teria "moído" o dito juiz, ao longo dos anos, para chegar a esse ponto.

Ontem,porém, veio a correcção atrapalhada da notícia e das acusações feitas no referido Boletim pelo CSM. Assim, verificara-se que a acta do julgamento continha "fofinha", com letra minúscula, por lapso,quando deveria ter escrita a palavra "Fofinha".

Explicando melhor: a ré era de facto FOFINHA, mas não devido a qualquer interpretação mais atrevida do magistrado, mas porque quem estava a ser julgada era , nada mais nada menos... a "FOFINHA, FIOS e TECIDOS, Lda", .... uma empresa de lãs da Covilhã!


Assim o magistrado continua "réu" das outras (bem mais graves) acusações, mas está.... absolvido de lançador de piropos em tribunal! Enfim, uma correcção bem... fofinha!
Ele há coisas, como diziam os nossos avós,... do "arco da velha"! :))
(e não, ainda não chegámos à "silly season", nem sequer ao Um de Abril!

"Alergia" (19-11-2011)

Políticos "em papas": para infantilizar ainda mais a nossa democracia?



Tivemos uma semana de debates sobre o Orçamento "troikano" para 2012, no Parlamento.

Porém, essses debates parecem ser cada vez menos relevantes,talvez porque tudo já está mais ou menos decidido para levar Portugal à total recessão, como confirmaram, nesta mesma semana, as Conferências de Imprensa do Ministro (sinistro) Gaspar e do trio de funcionários da "Troika" que cá vieram carimbar mais um cheque de empréstimo.

Estes senhores estrangeiros --o da segunda conferência, pois o da primeira não descobri ainda se é estrangeiro ou não, com a lendidão com que escolhe as palavras em Português e as soletra e ainda na forma colorida como cria neologismos (lembram-se do recente "conflituacional"?) --explicaram, por entre copos de água,que nos portáramos bem pois eramos um povo "bom"(menino) e que como prémio extra deveríamos empobrecer ainda mais até à escravidão. Não sabemos o que fizeram depois da conferência, se desta vezes foram a pé ou de carro, mas de certeza que receberam por seus turno os seus próprios cheques gordos e abalaram de avião, para os seus países bem comportados do Norte.

Posto isto, todos estes debates no Parlamento, com o enfraquecimento da Oposição sobretudo devido à pose suave-"violenta" do inseguro Seguro(qual prato nº 33 de galinha "agri-doce" de restaurante chinês), acabam apenas por servir de entretenimento, com forte colaboração e gáudio das edições e selecções feitas pelos OCSocial, contribuindo para o enriquecimento não do debate político mas do anedotário nacional.

Salientaram-se as gaffes insensíveis do "fim da crise " do Ministro Álvaro, o "só por cima do meu cadáver" do ministro Crato e, num final de semana em grande, a questão da fruta para bebés da ministra Cristas.

Poderia haver alguma razão de parte a parte no debate, mas a forma como foi destacado o caso, não ficando nós a saber quais as medidas de fundo para reabilitar a nossa agricultura, só por exemplo, levam a crer que a indigência da política nacional já está a raiar, senão um "grau-zero" do ridículo, pelo menos um "grau-lactente" da relevância.

E mais, a questão do IVA a 23% que englobava também os problemas mais graves da restauração e da Cultura, ficou quase literalmente, abafada por PAPAS!

Assim, o deputado Tó Zé Seguro defendia que os boiões de papas de fruta para bebé não deveriam ver a taxa de IVA aumentada para os 23%, ao que a ministra Sãozinha Cristas retorquiu que em épocas de crise era bem mais saudável voltar a dar fruta natural às crianças, fruta taxada a 6%. Agora parece que o Tó Zé volta a insistir no não elevar do IVA das papas (ler:SEGURO DEFENDE MANUTENÇÃO DO IVA NA RESTAURAÇÃO ALIMENTAÇÃO PARA BEBÉS E CULTURA, in Público) e ficamos com a cabeça quase "em papas" só para saber como vai continuar a saga, e se vão ou não chamar uma equipa da Nestum e da Cérelac para escreverem um parecer, ou, à falta desses especialistas, uma equipa liderada por , sei lá, João Duque, pois até já deve ter tido filhos pequenos.

Foi sem dúvida o momento mais emocionante (bem, àparte aquele em que o ME disse que só por cima do seu cadáver aboliria a História e a Geografia das escolas-- hum, realmente, se morresse não poderia tomar depois essa medida... ah, mas punham lá outro não é? E um que não se importasse de ser iconoclasta e de profanar sepulturas! hug...Drácula a futuro ME?!), ver os jovens Tó Zé e Cristas em debate! O primeiro a arremessar à segunda um boião de papa, em gesto eloquente de "abstenção violenta" e a segunda a contra-atacar com uma maçã Golden reluzente.... talvez com a ajuda , ao estilo funda de David, de uma das gravatas que mandou retirar do seu Ministério! Não sei. Não vi o debate, mas deve ter sido exuberante.

Agora a sério: isto foi para infantilizar ainda mais a política portuguesa?

"Alergia" (19-11-2011)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Novidades maravilhosas: Pedro Osório - O Beijo do Sol


( Pedro Osório, "O Beijo do Sol", in "Cantos da Babilónia", 17 -11-2011)
Lançado oficialmente hoje no mercado, um álbum que promete de alguém muito talentoso, nosso conterrâneo e que pouco publica, habitualmente nos bastidores de outros artistas(minha escolha, ninguém me fez encomenda!).
Saudamos o "Cantos da Babilónia" do Maestro Pedro Osório, obra de estúdio a partir de recolhas etnográficas em todo o Mundo e também muita arte e saber.
O video também é caseiro , do autor, tendo sido lançado há uns dias na net, em jeito de pré-publicação. Logo teve um sucesso espantoso e bem merecido.
Este tema , "Beijo do Sol" ,foi criado a partir de um cântico tradicional do Quénia. A mistura dos cantos e do piano é simplesmente de encher os sentidos.
Obrigada, Maestro!
Continue, que a sua criatividade é precisa!(Isto compensa q.b. mais um dia repleto de notícias tristes, não acham?)

Popotices 1 Ensino Especial 0


(publicidade natalícia-Popota 2011)

Como seria de prever, tudo tende a piorar, neste cantinho à beira do Atlântico, especialmente no que às finanças toca, com a tendência para os cortes a eito e para o retrocesso civilizacional.
Uma das notícias do dia foi o anúncio do corte "colossal " e "hediondo" (dois adjectivos muito em voga, mas neste caso bem adequados) nas verbas do Ensino Especial e não só, pelo MEC. Aqui:
O Ministro  N. Crato já veio dizer  na Assembleia  que não é bem assim, mas o que é certo é que os cortes  nestas áreas  têm sido constantes e  com nuances múltiplas, desde os governos socretinos do "saudoso" secretário Valter e a sua "limpeza" CIF. E dizem as mesmas notícias  que, por outro lado, as Direcções  Regionais vão ver aumentada  a sua verba.  As tais  DREs que iam ser extintas... Pois.
Pessoalmente, não tenho em grande conta  as dres nem em utilidade nem em eficiência. Pese embora a seriedade e valor de muitos dos seus funcionários, no que às suas cúpulas diz respeito tem sido apenas um trampolim político e/ou um lugar para tachos amigos.Não decidem,não respondem a dúvidas ou reclamações e servem principalmente como um bom pano para polir botas do poder da tutela e, mais recentemente, dos todos poderosos Directores, invertendo qualquer senso e hierarquia que deveriam representar.
Conclusão, agora que estamos em rescaldo de euforias futebolísticas, nesta nova jornada entre burocracia dos podres poderes Versus Cidadania / Direitos da Crianças, o resultado é:
Popotices 1... Educação (Especial)... ZERO!
Agora o que faz o anúncio da Popota aqui (talvez o mais irritante de sempre da série e do que pela Tv anda), adivinhem, ou recordem-se... PISTA: onde é que neste país reinaram as "popotices", para além dos anúncios natalicios do hipermercado?
Pois... e pelos vistos, continuam a reinar, mudem as moscas, ou as popotas... :((
De resto, prevejo que, não tarda, essas outras "popotas", numa da ideologia dominante do uso da   Caridade (e, ressalvo, acho  o Banco Alimentar e outras iniciativas meritórias, mas não um substituto para a acção social do Estado!) para colmatar a pobreza "inevitável" passarão a fazer assim:
Por cada mil Euros que estes centros popoteiros receberem do Erário Público, este hipermercado falido em que se tornou o Estado oferece,vá lá... 1 Cêntimo para os meninos da Educação Especial e para o Leite escolar!Por isso, portugueses, contribuam generosamente! Paguem impostos e ofereçam salários, para as cotizações para popotices sejam mais fartas e... ah pois, para ajudar os pobrezinhos e mais fracos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Passes de transportes: primeiro velhos e crianças?

(O texto não é curto, mas acho que vale a visita, vá lá. não sejam preguiçosos, esqueçam os programas dos gordos na TV!)Todos os dias continuam a sair notícias de pasmar e revoltar, sobre as medidas "iluminadas" de governação, supostamente tomadas para arrecadar mais uns tostões para satisfazer a querida Troika e levá-la a dar uma festa na cabeça dos nossos ministrinhos por serem tão bons "alunos", como outrora Cavaco Silva nos tornou os "bons alunos" a desmantelar a nossa já modesta Economia.


São tantas e tantas as notícias , a fazer tal comichão e a provocar tanta tosse e espirros, que o difícil é o seleccionar as mais substanciais para comentar (sim,que a nós não nos pagam os posts ,como pagam a presença de comentadores e de comediantes na TV ... e há bem mais que fazer!). Enfim, a que mais me arrepios tem dado, sem dúvida foi esta, já com meia dúzia de dias: a de que vão terminar os descontos nos passes de estudantes e de idosos, a partir de Janeiro de 2012.





Então passemos à minha análise de não "especialista" em Economia, mas com algum traquejo de observação da vida e das pessoas:

- O objectivo é levar os portugueses a poupar mais?! Como, se até os "escapes" para poupança lhes são assim roubados? Ou não vai haver muito menos depósitos a prazo e poupanças, ao fazer os cidadãos gastar mais em transportes, ora usando carro próprio com gasolina de preço escandaloso, ora não tendo a vantagem de transportes públicos mais assessíveis e alternativos?

Não parece ter lógica, pois não? Isto desincentiva completamente o uso do transporte público(TP), que tinha voltado a aumentar nos últimos anos (metro, comboio, autocarro). Assim, entre o desconforto e falta de privacidade destes e o igualmente caro automóvel, muitos voltarão a tirar o último da garagem. Quem ganha? Apenas as gasolineiras. Mas como estratégia nacional é péssima ideia, pois o que o Estado poupa nisto vai gastar em compensações de cotas de emissões de CO2, para cumprir o Protocolo de Quioto.

- Bem. Segunda hipótese. O Governo considera que quem usa o "passe social" (bem, deixa de poder ter esse nome não é? a não ser pelo saudosismo) vai continuar a usar e portanto são mais uns euritos em caixa das empresas/do Estado, pois afinal esses malandrões todos andavam a passear à "pala" do generoso desconto concedido e até explicam que futuramente vão estudar que as pessoas venham a ter desconto de acordo com as possibilidades económicas e não todos por igual, os "malandros" dos velhotes e da malta nova, ora essa!

Perante isso eu ia retorquir : para que servem afinal os impostos? Não são esses já escalonados e precisamente para que algumas coisas sejam dadas a quem tem menos, mas que outras possam ser USUFRUÍDAS POR IGUAL? Ou agora irão cobrar mais taxas extra, de "utilizador-pagador" a quem frequenta jardins ou praias (ai que estou a dar ideias), com uma taxa extra-extra para os velhotes que lá vão dar milho aos pombos?! Não me venham com esta que tudo o que apreciamos na vida e a que temos direito tem de estar sempre na mesma proporção do nosso grau de riqueza financeira, pois, além disso, tanto pesa o mesmo e gasta o mesmo combustível num autocarro um velhinho pobre como um rico.
Mas ocorre-me acrescentar também: acaso acham que a idade é apenas "um posto", que os idosos no mundo e no nosso país em concreto têm uma vida maravilhosa, com belas reformas e cheios de saúde? Não merecem algumas benesses que os impeçam de ficar fechados em casa, já que andar em "charters" turísticos no Brasil já não é acessível?

Estava eu nestas cogitações, quando afinal me lembrei(um balãozinho ondulante de pensamento ao som de harpa, por favor!...) : aquela velhinha que subiu com tanta dificuldade naquele autocarro, afinal é uma Paris Hilton das nossas bandas e com mais rugas e menos silicone, que , por extravagância milionária se delicia em andar nos transportes para ABUSAR do seu passe, deleitada com os encontrões das travagens (que ela deve achar muito excitantes! cof cof...), consolada quando alguém mais jovem não lhe cede o lugar, ou quando é vítima de carteiristas (o que lhe deve proporcionar assunto de conversa para toda a semana, no seu clube de Bridge, junto das outras velhas excêntricas e oportunistas...).
E ainda me recordei das imagens de idosos que já vi em transpostes públicos: aquele casal de idade que o que quer é arruinar o País e não fazer sacrifícios pelo BPN e pelos especuladores, fingindo que apanha o metro para ir à única clínica médica onde ainda há acordo com a ADSE, esse oportunismo descarado dos Funcionários públicos, que descaradamente descontam uma boa fatia do seus salários para esse sistema! E pergunto-me que o velhinho composto, de olhos tristes e corcunda afinal não é mais que o "Ebeneeezer Scrooge" português, que anda nos Transportes por puro oportunismo, pois se calhar tem nas gavetas montes de acções (falidas) da antiga Torralta, uma colecção de velhas moedas e dizem-que- é-mas-é-um- milionário-mas-depravado pois adora andar nos TP, de preferência em horas de ponta, para sentir o doce odor-corporal e a gente, e depois voltar com essa recordação para o seu palácio com o seu mordomo Jarbas, onde depois saboreia um Porto e recorda deleitado os palavrões que escutou e as pisadelas que levou, até que lhe apareçam , como costume(ó, tédio!) os malditos Fantasmas dos Natais passados e dos Natais Futuros, a azucrinar-lhe a paciência!

E quanto aos jovens,já agora. Certamente são todos FALSOS estudantes e andam em transportes públicos, só porque é fixe e está na moda, só para enganar! Ai! Mas o ministro Álvaro e "sus muchachos" apanharam-nos! Ora tomem lá ficar sem descontos, "prontos"! Saiam da sua "ZONA de CONFORTO"!!! Toca a ir para a Escola de boleia com o papá, como fazem os meninos bem comportados (ai não têm carro? ... hum...os pais não têm trabalho? hã... ai não têm pai?... hum, bem, mas o Ministro diz que logo logo, já para o ano, a Economia e a crise começam a acabar... Ou é a crise que acaba... hã.. ou é a Economia...que recomeça... Ora, verifiquem os "indicadores" tá bem?! Quais indicadores? Hã... olhem , o meu - desta mão- RUA! para fora deste parêntesis, que já estão a pensar demais!!!)


- Por fim a última hipótese: a da Saúde. Não poupando nada, antes pelo contrário com esta medida, o Ministro Álvaro pretende abarcar sob a alçada do seu super-ministério... o Ministério da Saúde. Sim deve ser isso. É dois em um: os jovens passam a andar mais a pé, os velhinhos nem saem de casa e não se constipam e assim, saudáveis e quase "arianos", como agradará à lady Merkel, irão menos aos hospitais( a não ser se vítimas de atropelamentos, ou de facadas de assaltos, coisa pouca... da juventude...). Fica todo o Portugal contente. Pelo menos o "Poortugal", como já nos chamam por aí.


Vou dar uma sugestão, para os velhinhos avarentos mais enérgicos: pratiquem skate ou patinagem e poderão prescindir facilmente dos TP.


AGORA A SÉRIO (de novo): não sabe o governo, com tanto grupo de estudos de honorários milionários a avaliar as situações:


a) que os TP, tal como a Saúde e a Educação não foram criados para dar lucro;

b)que os maiores prejuízos nas empresas Públicas de transportes têm derivado da sua má gestão, até danosa, com estratégias sem nexo e gastos sumptuários nas administrações (frotas de luxo, etc, para os seus quadros-- extensos demais, enquanto cortam nos motoristas e mecânicos), que não se aplica simplesmente o ónus dos gastos nos bilhetes, pois por isso foram um investimento... PÚBLICO?
c) que nas zonas de interior, muitas empresas e carreiras de autocarros só existem durante o período Escolar, o que os outros habitantes aproveitam para usar, satisfeitos;mas que o fim destes descontos irá acabar com muitas destas carreiras, isolar mais estes jovens e também os habitantes de muitas aldeias? E sabiam ainda que esses jovens só podem usar esses autocarros "dentro" do seu horário oficial de estudantes, o que muito dificulta todo e qualquer tentativa dos mesmos em ir à escola para actividades extra-curriculares?

d) que mesmo os que optarem por ir para a Escola a pé, como faziam os nossos antepassados nos tempos da Guerra Mundial e do salazarismo, chegarão ao mesmo encharcados pelas chuvas, têm de ficar nela TODO O DIA e... isso não será uma boa medida preventiva de saúde (além de tudo o mais que já explanei)

Verificamos portanto, que as paragens de autocarro passarão, cada vez mais, a ser uns "monos" de mobiliário urbano a convidar ao vandalismo, locais ermos, cheios de publicidade e pouco préstimo, pois quem primeiro deveria cuidar da CAUSA PÚBLICA é o primeiro a dar-nos um "chuto" no traseiro e dizer: MALANDRO! A querer usar Transportes públicos? Arreda, seu DESPESISTA!

"Alergia" (16-11-2011)

sábado, 12 de novembro de 2011

Massacre de Santa Cruz foi há 20 anos


(Santa Cruz- Cemitery massacre - 12 Novembro 1991-"Rushes "originais)
Na recordação dos VINTE ANOS  do massacre no Cemitério de Santa Cruz, ponto de viragem no destino do povo Timorense que parecia  condenado à tirania da  Indonésia, graças às imagens do repórter  Max Stahl ,  aqui mostro a versão não editada, que obrigou o resto do Mundo a deixar  de ignorar o drama deste povo corajoso, que apenas lutava,qual David contra Golias,pelo seu  direito à auto-determinação e Liberdade.
Oito anos depois,perante o mesmo espantado mundo, os Timorenses conquistariam essa Liberdade, num Referendo que seria nova lição, desta vez de democracia, de civismo e de Paz. Mas isso já é outra efeméride.
Deixo aqui também, o depoimento de Max Stahl à TSF, sobre o que testemunhou .
E também uma das notícias de hoje sobre o assunto, neste caso do DN e da Ag. Lusa.
Viva Timor-Leste!

Mais cortes:desta vez...na Língua!

A notícia surge difusa, aqui e ali, posto que talvez o relato mais composto venha neste blogue : aicl- colóquios  da Lusofonia.
Desta vez o corte é nas turmas de ensino de Língua no Estrangeiro. Já custa comentar, perante a única visão "estratégica" sobre a Educação que parece direccionar os nossos  novos desgovernantes: empobrecer o país, inclusivé ao nível dos recursos Humanos, da difusão da nossa Língua e da nossa Cultura, tornando-nos parte da Nova Escravatura do "Dickat" fascizante que se vem insidiando em todo o Mundo. Neste caso, empobrecendo igualmente a cultura de quem se interessa pelo nosso país e nele busca novos horizontes.
Então os escravos acaso precisam de cultura e de ciência? Basta-lhe uma roupinha e algo para encher a barrriga, apenas o suficiente para ser operacional nos horários que se alargam, contra-corrente da evolução dos Direitos humanos e laborais dos últimos séculos. Destruir, em poucos anos, o que levou tantos anos, de tanto esforço e sofrimento de Homens bons e de paz!
Agora, cortam-nos a Língua, a seguir, se deixarmos, talvez venha a argola no nariz e a canga, para melhor nos submetermos....
É descoroçante..! :(((