quarta-feira, 28 de março de 2012

MAIS que isto! - Música



(Missy Higgins, "More than this", concerto em Seattle, Novembro de 2008)

Olá, boa tarde, como estão?

Sem tempo para completar uns post mais sérios que preparo, deixo aqui uma musiquinha para esta tarde de calor já estival.

Embora aprecie algumas músicas dos Roxy Music, nunca achei este "More than this" nada de especial. Embora Brian Ferry cante bem, a sua versão pareceu-me sempre um tanto insossa, deslavada até.

Porém,ouvindo esta outra versão, muito mais simples em arranjos de uma baladeira (Missy Higgins) apenas acompanhada por uma viola, a canção parece ganhar outra "alma", um novo sentido dado à letra, com a expressividade e até paixão com que é cantada.

Enquanto que Ferry cantava "More than this", como quem está a desfalecer e em tom blasé, esta jovem intérprete, que não conhecia, parece "dizer" que esse "Mais que isto" é algo de alcançável e com que se pode sonhar.

Ou seja, como uma nova entoação e versão pode transfigura uma canção que parecia rotineira.

Digam lá se não concordam comigo?

Todos nós desejamos mais que "isto" que temos. Na vida particular, profissional, do país,no que o mundo (mal) nos oferece.

O mundo tem que ser mais que isto, mais que uma vida onde só o Trabalho parece ser valor absoluto, mas não como valor humano, de dignidade, mas como produtor desenfreado e alienado de dinheiro e só para alguns. A parvoíce das alterações laborais que serão aprovadas hoje na AR, com o ridículo corte nos feriados e a alicate apertado na cabeça dos mais fracos do sistema, os trabalhadores; com o aprovar de regras que escancaram os depedimentos em época de crise e contenção, onde é evidente que quem despede o fará para poupar dinheiro e não para poder contratar outros trabalhadores (só ceguinhos não vêm que com o tipo de empresários que temos só aumentará o desemprego), tudo issso nos esmaga o coração e a Esperança, que já era escassa.

Tudo deveria ser mais que isto (patético, mesquinho) que temos ou a que nos querem limitar,tudo isto que estamos a viver e a sofrer. Podemos ter entrado uns anos na onda do consumismo, mas foi pela grande miséria que vivera no tempo "da outra senhora" e pelos ministros da democracia que antes aconselhavam a isso (lembro-me do Cadilhe em época de vacas gordas: é consumir, consumir para o dinheiro circular!....-- Pois...), mas não somos um povo assim tão gastador como indivíduos. Ou pelo menos grande parte dos portugueses não são. Só não poupavam pois não havia muito para poupar e nem os governantes nem os bancos incentivavam à poupança .Os governantes é que foram metendo a País em buraco cada vez maior! Não nos digam que mereciamos tal miséria! Não deixemos que nos digam isso!
O povo português é bom e trabalhador, tem valores de vida diferentes de outros povos (não é totalmente materialista) e ainda bem... Não! Merecemos mais que isto!

Merecemos um horizonte com menos dúvidas, merecemos ao menos um horizonte!

Merecemos desejar alcançar a Felicidade para que fomos criados! Queremos trabalhar, a Economia em ordem, mas a vida é bem mais que isso!

Será que é pedir de mais? Creio que não..

Então até logo, com mais da "Alergia"...

(e faleceu Millôr Fernandes, 88 anos, génio do jornalismo e humor brasileiro...mais um que parte...) :(

"Alergia" (28-3-2012- "Alegrias e Alergias"- blog)

terça-feira, 27 de março de 2012

Ainda há uns dias para ver esta exposição!


foto (c) Margarida Alegria (Braga, exposição de Olinda Gil, Fevereiro de 2012)
Ainda a tempo de anunciar mais esta exposição da Olinda Gil. Depois da anterior, em Grândola, agora em Braga, na Junta de Freguesia de S. Vicente.
Livra ! Como esta mulher gosta mesmo de percorrer o país! ;)
Mas a sua pintura bem merece! Como já disse anteriormente, um expressivo exemplo de... Arte "afro-alentejana"!
"Sorry", Olinda, pelo atraso na divulgação... Foi aquela coisa tonta de querer publicar fotos próprias e actuais, mas houve uns problemazitos para as descarregar. E deu no que deu...
A Exposição está patente em Braga já desde o Carnaval e prolonga-se até à Páscoa(?) ou, pelo menos, até ao fim desta semana. A Junta de freguesia de S, Vicente fica perto da igreja do mesmo nome e do "Azylo de S. José" e da Faculdade de Filosofia da U. Católica de Braga. Bem no centro da cidade, portanto, com umas pastelariazinhas simpáticas para lanchar depois da visita.
Para a Olinda e o J. um grande abraço e, mais uma vez, Parabéns.
Margarida Alegria ( 27-3-2012, in blog "Alegrias e Alergias")

domingo, 25 de março de 2012

Parque Escolar em derrapagem desenfreada!

Já falta paciência sobre este assunto... Como se previa  e alertava há muito, o Tribunal de Contas vem confirmar a forte derrapagem das Contas da Parque Escolar (Empresa Pública).Só em dinheiros ilegalmente pagos, foram mais de 500 milhões de €.  Já AQUI fiz longo texto sobre o problema e da minha opinião de como se deveriam restaurar Escolas. Agora eis a notícia do Público (de ontem), com números "à maneira":
Bem me parecia que vamos dar aulas mais uns anitos em contentores, no meio de obras paradas. Outros continuarão em escolas onde fungos e musgo trepam pelas paredes. E isso vai ter outros entraves à Educação: espaços funcionais pejados de caixotes das mudanças que estavam previstas para os espaços novos, ausência quase completa de Internet, computadores quase impraticáveis pois cabia à Parque Escolar incluir no "mobiliário" os novos computadores (como se previa e confirmado agora, com preços inflaccionados: um computador quer no normal mercado custa 500 Euros a ser facturado por 800... para além de outros regabofes do estilo, como o pagar duas ou mais vezes às empreitadas e projectistas trabalhos mal feitos que seriam da responsabilidade destes reparar), poeira e barulho com obras a meio gás e sabe-se lá que mais reduções no tamanho original dos projectos... Uma dor de cabeça, para alterações que qualquer leigo na matéria veria que podiam ser feitas de forma um bocado mais económica, mas sólida e até bonita. Para não falar de assaltos mais facilitados às instalações e equipamentos.
O actual Ministro diz que obras continuarão (Ler AQUI), apesar de tudo, mas se for como o resto de incremento à Economia que aí anda, na camisa de forças paralisante das Finanças "Paga à Troika e agrada aos mercados nervosos e nada mais", já se prevê que daqui em diante será a falência dos fornecedores e dos pequenos empreiteiros sub-contratados, os despedimentos nas grandes empresas cosntrutoras, que quiseram fazer "à grande e à francesa", o amuo dos projectistas e subsequente emigração , sem serem responsabilizados, o saltitar dos ex-administradores da PE, que se demitiram já, quiçá para novos tachos do sistema, sem serem "chamados à pedra". E "siga a rusga", que a festa continuará para os mesmos!
Portanto, uma derrapagem vem atrás de outra, lá reza a tradição, com uma "escorregadela" de milhares aqui e um trambolhão de milhões acolá. Tudo muito habitual neste cantinho "à beira mar plantado".
Pelo menos é o que parece defender a ex-ministra da Educação Isabel Alçada nestes depoimentos A LER AQUI Com o maior descaramento "robotizado",  alega que estas contas "são normais", ao que parece por culpa do alargamento da escolaridade para 12 anos (ora isso  JÁ estava decidido desde o final no consulado de terror de Mª de L. Rodrigues, aliás,  fora um dos seus últimos estertores ministeriais) de S. Pedro malvado e da sua chuva e tal, que a derrapagem não existe, que está tudo no melhor dos mundos! O Dr. Pangloss do "Cândido" não diria melhor...
Também a incontornável (e inesquecível, pelas piores razões) Maria de Lurdes Rodrigues, sua antecessora e plantadora, com Sócrates, dos alicerces gelatinosos da Parque Escolar, veio há uns dias, num artigo para o "Público" defender esse magnífico exemplo de desastre de gestão que é a Parque Escolar, alegando o que anda aí a servir como argumento tosco: que as obras eram de luxo para dar luxo à classe média e à Escola Pública, que pela "primeira vez" se fizeram obras de requalificação das escolas (o que não é verdade, embora o anterior processo de melhoramentos fosse tantas vezes ilógicos, lentos e desarticulados... Não se sabia porque escolas melhores tinham obras de conservação enquanto outras mais periféricas e aos pedaços esperavam sem fim...). Ou seja, em vez de se colocar a funcionar BEM as estruturas que existiam, fez-se o costume: criou-se uma equivalente às comissões ou ou como se diz modernamente "grupos de trabalho" paralelos à governação existente, repletos de tachos novos e de  poderes quase absolutos sobre tudo, ou seja, em vez de Comissão... uma empresa pública nova... a Parque Escolar, que se tornaria dona das Escolas que ajudava a construir, embora o dinheiro viesse todo do Estado. Grande golpe...já se via que ia rebentar, mais cedo ou mais tarde.
E, Srª Mª de Lurdes, sabemos à légua que os luxos das escolas Secundárias não eram para servir os alunos, mas para as tornar em espaços mais apetecíveis para a especulação imobiliária, caso/quando as Escolas fossem à falência por não poderem aguentar as despesas-extra de manutenção: Sim ,senhora, adivinhávamos à légua que não tardariam a ser comprados por magnatas e transformados em colégios privados, por tuta e meia... qual cuidar da Escola Pública qual quê?! Ou, como diz o outro, "Não há almoços grátis" e "Quando a esmola é grande, o pobre desconfia".
E... CHUIF...! que pena! A PE não teve tempo de testar o que já andava a divulgar em força, com forte e cara publicidade (com sub-empresa exclusiva para promover a própria PE, ah pois é!... ) a sua faceta amealhadora, ao apresentar-se como "A maior locatária de espaços" do país (dando apenas parte dos lucros às próprias escolas). Ou seja, preparavam-se para alugar ginásios remodelados (já agora algumas escolas o fazem, o que não acho mal, mas com peso e medida, dando prioridade aos interesses das escolas e tendo funcionários suficientes para os limpar), cantinas, auditórios e... pasme-se! até salas de informática ! Ui! Se agora controlar o bom uso dos computadores é tarefa árdua e desgastante, sem técnicos que cheguem para as encomendas... o que seria com meio mundo a aceder aos mesmos...
Pensando bem, fecho o texto imaginando como seria o funcionamento das escolas com todas essas actividades, não de forma comedida, como até agora, mas em roda livre e de fito nos Euros:
~~~~***PLIM PLIM*** (música de harpa) e aqui vai ~~~~
à semana, aulas das oito às seis e meia da tarde, associações recreativas e  clubes desportivos em sessões contínuas das sete até às quatro da manhã, uma sessão de exorcismo até de madrugada e... meia hora para limpar tudo. Ao fim de semana, um casamento e dois baptizados na cantina, aulas de informática para terceira idade todo o sábado de manhã e a acção de formação de professores a ter de transitar para a cantina com apenas um retroprojector (quem paga-- ou paga mais-- tem prioridade). Diversos jogos de várias modalidades no ginásio e nos campos de jogos, uma confraternização de motards na cantina, seguido de demonstração de motas e ainda umas corridas de Tuning pela tarde fora, nos campos de jogos.
Meia-hora para terraplanar tudo, a cargo da PE ou dum tal "senhor José", um funcionário semi-reformado e muito jeitoso que faz uns biscates na Escola. E enquanto a empresa PE e a empresa de catering servem mais um jantar de confraternização à  noite, do clube de columbofilia, a cozinheira antiga que tentou vender os seus rissóis caseiros na escola é presa pela ASAE e interogada pela PJ. 
À noite, no auditório maior, decorre uma palestra de MLR sobre o perfil de coragem e hombridade de  José Sócrates e, já agora, sobre a meia dúzia de engenheiros de quem se tornou mais amiga durante a sua tese de doutoramento. Entretanto, no gínásio, a IURD faz mais uma das suas sessões de histeria colectiva, mas, enfim , pagavam MUITO bem e os administradores da PE leram na proposta que era uma tal "corrente do empresário" e por isso julgaram ser uma sessão sobre empreendedorismo, embora só mais tarde descobrissem que os empreeendedores eram os pastores, que conseguiam angariar muitas correntes, mas de ouro, dos membros da assembleia e que aliviavam os mesmos de tanto dinheiro que  afinal a PE bem poderia ter cobrado mais!
Ao Domingo de manhã, depois de mais limpezas por funcionários exaustos, umas bodas-de-ouro na cantina, com missa campal, que acaba por ser sob um telheiro, pois começa a chover. Na biblioteca mais umas palestras, seguidas da apresentação e sessão de autógrafos do último livro rotino-juvenil de Isabel Alçada ,"Uma aventura em Paris". Nas salas de informática uma acção de formação para hackers amadores  e outra para agentes dos serviços de segurança e no bufete uma festa de despedida de solteiros, com o "senhor José" , funcionário semi-reformado,a fazer um biscate como stripper para as senhoras. Em algumas salas de aula decorrem aulas de culinária, de bricolage e de crochet e bordados para jovens desempregados(entre os quais os netos do senhor José) financiadas pelo QREN. Na sala dos professores há um velório e na sala de reuniões, aquela maiorzita, um coro de crianças ensaia.
À tarde, durante os jogos de futebol do ginásio e dos campos, o "senhor José" trabalha como arrumador de automóveis, enquanto a sua esposa, antiga porteira, vende senhas  de entrada para  as  casas de banho. À noite, mais palestras, concertos e um senhor José  e esposa exaustos a limpar tudo noite fora.
À noite preparam também os colchões do  ginásio,  para o previsto pernoitar de uma romaria de peregrinos da rota de Santiago de Compostela.
De madrugada, inesperadamente,... meia escola EXPLODE! BUUUUUM!
Hum... no meio de tanto aluguer, a Parque Escolar não reparara em certos pormenores, ao arrendar os laboratórios a um grupo de indivíduos. Afinal não eram estudantes universitários, mais um grupo de separatistas da Microíndia do Norte, que... precisava de construir umas bombas... UPS! ;)
Pelo sim , pelo não, suspendem e interrogam o "Senhor José"...
Tudo na boa...o Estado (leia-se o cidadão trabalhador e pagante) paga os prejuízos...
Margarida Alegria (25-3-2012, in blog "Alegrias e Alergias")
Nota: a parte final deste post é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é (para já) mera coincidência. A parte inicial do texto, sobre as novas da Parque Escolar, não é, para nossa desgraça, qualquer obra de ficção...!

sábado, 24 de março de 2012

Sem rodeios, sobre o Álcool...É isto que acontece, "poxa"! :(


("alcohol abuse")
Algumas imagens e factos podem ser chocantes. Que sejam. Está quase tudo aqui, excluindo a referência a alguns outros tipos de cancro que o álcool pode "incentivar".
Excluindo ainda a explicação de como o misturar álcool com anti-depressivos e outros medicamentos pode ser extremamente perigoso.
Excluindo pricipalmente toda a referência ao sofrimento causado aos outros para além do alcoólico: os que o rodeiam e amam mas se vêem obrigados a afastar-se, tantas vezes, para não  mais verem alguém próximo e querido em auto-destruição.
 Mas há tratamentos, há como acabar com esse hábito de pesadelo.
Depois que não me venham com lamentos  de "Ah, a vida tem sido madrasta!" ,"Ah, os meus paizinhos é que tiveram a culpa de eu ser assim!..."  "Ah os outros querem-me mal,ignoram-me, irritam-me,  perseguem-me,eu sou assim selvagem, coisas de feitio,  deviam aturar-me assim mesmo, blá blá...".
Há outra forma de ver a vida, bolas! :(
Há quem tenha passados de pesadelo e vidas muito piores, mais desamparadas e duras, problemas  bem mais complicados e não se refugia nas adições para se auto-comiserar!
Nada de mais culpas a atirar para   os pais,  os ex-não sei quantos, a profissão,  os patrões, os "chatos" dos amigos(altos, baixos, X-S, XL, sempre uma "cambada de chatos"!) o trânsito, a chuva, a seca, a casca de banana, o degrau, o doloroso passado, o entediante presente, o arrepiante futuro... Tudo isso são pretextos de quem não quer agarrar a responsabilidade da sua vida, dem quem não quer crescer, de quem tem MEDO da Vida e empurra nos copos todas as memórias e factos fazendo um cocktail de disparates no cérebro que  confunde com a realidade...
A vida nesta Terra é uma só e a nossa saúde é para preservar e respeitar! A vida dos que nos rodeiam, o seu carinho por nós é também para ser respeitado, a felicidade é uma cadeia onde um só elo partido por pura estupidez e egoísmo pode levar a um desencadear de feridas em nós e nos outros também.
Não há desculpas, #%#%&#&%!!! Há uma atitude a tomar, uma cura a procurar, uma luta VERDADEIRA a fazer!
E, mais tarde, com a saúde do corpo e da cabeça nos eixos, algumas reconciliações a tentar.... E só não alcança nada quem não tenta. Quem não arrisca. Quem não quer ter olhos de ver, nem boca para falar, nem (bom) CORAÇÃO para sentir...
Força! Ficarei a torcer... como sempre, aliás.
Margarida Alegria (24-3-2012, in blog "Alegrias e Alergias")
(desculpem o tom e o colorido hiperbólicos, mas há coisas que parecem não ter solução, porque há muita teimosia, inconsciência e "burrice" em muitas cabeças...)

segunda-feira, 12 de março de 2012

B-D: NUM deiCHam U Varito faJer nada! (regresso da série Jejé e Companhia...)

(c) Margarida Alegria (12-3-2012, in blog "Alegrias e Alergias")
PRONTO! Eis aqui o Cartoon tão anunciado, já há uns dias na verdade...
Antecipo com ele o aguardado regresso da Série "Jejé e Companhia", agora evidentemente centrado no "Clube do Pepê", seu amiguito de brincadeiras nacionais, embora o Jejé, que dizem estar num colégio semi-interno parisiense, ainda possa vir a fazer algumas reaparições e estragos (este dos cartoons, pois o "modelo" esperemos que não!).
Relembro aos mais distraídos que o blog já tem uma página das primeiras aventuras da série (uma separata, digamos). Basta ver no cimo do blog, depois do cabeçalho: há uma barra com o nome de páginas independentes e uma delas, à direita, é a do "Jejé e Companhia". A página ainda está incompleta e em construção, mas já dá para conhecer ou reconhecer a pequenada!
Neste cartoon  de hoje surgem uns novos miúdos , o Varito e o Vitinho... ah sim, e o Migas! Como poderia esquecer! Seria inevitável!
Mas o Varito é o centro desta  prancha  de B-d. Espero que apreciem, pois deu mesmo uma trabalheira e pude fazer acabamentos com uma tecnologia melhor à mão.
A Alergia já dissertou neste blog sobre as desventuras do ministro Álvaro, em três dos posts mais populares: 
Com a sua originalidade de governante deixada para a posteridade em um cartoon ("Ideias em Movimento") já dei  o meu contributo para "homenagear" o pobre Álvaro . Mas era o Álvaro adulto e o restantes desgovernantes também adultos. Com esta versão de  crianças, tendo em conta o estilo que andam a adoptar, talvez o retrato seja mais justo.
Tenho a ressalvar que até tenho certa simpatia, vá lá , certo carinho maternal até pelo nosso Álvaro, pese embora as críticas que aqui se fazem ao seu estilo. Perante o tom sinistro e de jovens avelhados dos outros, o Álvaro é até uma lufada de ar fresco. Pela sua  quase enternecedora ingenuidade, pelo tom entusiasta e bonacheirão em mangas de camisa, pelo desconhecimento que demonstra do país real, mas apesar disso, tal como tantos emigrantes, com mais amor pelo país do que outros seus colegas, que só querem obedecer cegamente à Troika.
O único crime maior do ministro Álvaro é ter sido como Ícaro e não ter medido as consequências de voar alto demais, não vendo sequer como não seria possível juntar num só ministério TANTAS pastas! Não impôs as suas condições ao Primeiro Ministro, que assim o lançou às feras, foi vaidoso ao ponto de achar que podia dar conta de tão gigantesco recado... e agora parece tarde demais para bater o pé. Falam por aí que o vão "empontar" para embaixador da OCDE, não sei. Se sim, até teremos saudades. Para já temos a demissão do seu secretário de Estado da Energia (LEIAM AQUI).
Vejam AQUI as notícias que há uma semana originaram toda a agitação governamental, caso não as conheçam ainda.
Em homenagem ao Álvaro, a quem tantos poderes têm vindo a ser retirados de forma traiçoeira, em vez de simplesmente remodelarem tudo e voltar a separar os Ministérios do seu Super-Ministério, aqui fica portanto uma versão do que poderia ter  acontecido quando menino, com as grandes marotices do Pepê , do Vitinho e dos outros, pois afinal as pessoas crescem mas no fundo não mudam muito, pois não?
Divirtam-se um pouco... é o que nos vai restando...
Margarida Alegria (12-3-2012, in blog "Alegrias e Alergias")

E continuamos (ainda mais) à Rasca, um ano depois...





fotos (c) Margarida Alegria (12-3-2011, Porto, Manifestação "Geração à rasca")
Passou exactamente um ano sobre a Manifestação chamada de "Geração à Rasca". Circunstâncias especiais e o lançamento desastrado de um "PEC 4" fez sair à rua bastante mais gente que o previsto. Em Lisboa umas 200 mil  pessoas, 80 mil no Porto...Não de uma só Geração à Rasca, a dos jovens desempregados,mas de várias: a geração dos seus pais , dos seus avós,  até a das crianças. Em várias cidades do país.
"Isto lembra-me o Primeiro 1 de Maio, em 1974!" Comentavam os manifestantes mais velhos.
O certo é que aquele ambiente,-- num misto de sarcasmo alegre e de preocupação amargurada, de ovação e slogans num momento, para silêncio quase solene no outro, num respeito raro de escuta aos outros, de partilha de testemunhos, de ausência de qualquer violência--- deu uma lição de civismo aos políticos, aos jornalistas e  aos"comentadeiros" oficiais, que vivem a tremer com a possibilidade de revoltas sociais (pois bem sabem as malfeitorias que andam a levar a cabo ou a aplaudir!).
Foi um dia único, numa harmonia de multidão apenas comparável aos festejos do S. João (mas sem bebedeiras...).
Para onde foi toda esta união, esta revolta, este saber dizer "basta"? Voltámos às partidarites, quando vemos que não há esquerdas ou direitas,  mas sim um naipe de instalados no poder, com seus satélites de beneficiários, sempre os mesmos, que no fundo se ficam a rir de quem lhes confia o voto... e do outro lado o povo pagador, também sempre o mesmo, que cada vez aguenta menos o que lhes vai sendo roubado.
 E passado um ano? Há conformismo ? Desesperança? Vergonha e desilusão silenciosas? Cansaço? Medo que nos conseguiram inculcar? Onde está agora aquela força e desejo de mudança do eterno sistema corrupto e só competente para os interesses de alguns? Foi o 12 de Março de 2011 apenas uma "válvula de escape" passageira? Precisaremos de outro desastre ao ponto de limite e insanidade, do estilo de  Sócrates? Muito sinceramente: "estes" estão a ser honestos? Já renegociaram as PPP, já fecharam mesmos os institutos inúteis e deixaram de oferecer "prendas" aos "Vampiros"? Pois... veja-se agora o exemplo do duplo pagamento à Lusoponte...e compare-se aos dinheiros exigidos de volta à S. Social a uns desgraçados desempregados... É isto fruto de "estatura moral"? De honestidade? Mudam as moscas e vemos sempre o mesmo...
O movimento 12M, nascido da organização da manif de 12 de Março, pediu à população que expusesse as suas ideias hoje, sobre o que queria para o país. Na altura também pediram sugestões populares, em folhas, para entregarem na AR. Até hoje não sabemos se tanto papel que então se juntou foi direito para o cesto ou para a lareira, se alguém leu tudo aquilo sequer.
Pois bem, não são precisas muitas mais ideias. Se se levasse a cabo o que as fotos ilustram ,algumas das ideias expostas então em cartaz, ou pedidas ao microfone ( que viu até testemunhos cantados, nesse dia!), já seria fantástico:
- Pois os políticos continuam Rascas e a pôr à rasca todas as gerações;
- Pois nada do que foi sugerido no cartaz da  terceira foto  se cumpriu;
Pois o povo, então unido ,continua Passivo... passivo... passivo (engolindo a revolta, a indignação)...Mas até quando? E como fará valer as suas ideias tão desprezadas?
Margarida Alegria (12-3-2012, in blog "Alegrias e Alergias")

domingo, 11 de março de 2012

Parque Escolar: morte já adivinhada de mais um elefante branco

                      (c) Margarida Alegria, Novembro de 2010-clicar na imagem para ler melhor)

Enquanto termino o cartoon prometido (está quase! conto que saia esta noite! Desta vez é a valer!), deixo este aqui antiguinho, mas sempre muito actual. Foi então feito à pressa , em estilo rascunho escolar e um tanto torto, mas ilustrava um texto da Alergia num outro blogue (já encerrado), para comentar a soberba com que o Ensino Público era tratado na altura pela "pujante e iluminada" Parque Escolar, empresa pública agora moribunda e finalmente passada a pente fino por uma auditoria do MEC.(ver AQUI o post publicado então, de 13-11-2010, e ainda ESTE  OUTRO POST com video do "Bioterra" , ou ainda ESTE OUTRO onde a Alergia alertou para as Contas estranhas da Parque Escolar  -Se quiserem comentar, façam-no apenas neste blogue "Alegrias e Alergias", s.f.f.).
Como se vê agora, os gastos foram mesmo sumptuários (mais caras do que no DUBAI; leiam aqui), com disparo das despesas bastante acima do previsto, ao que dizem  mais de 400%!!!!
Isso sim, foi gastar acima "das nossas possibilidades"! que não foi o povo. Foi um molho de políticos,  "gestores" e técnicos irresponsáveis.
Como se vê também -- detesto ter razão antecipada nestas situações!-- esses gastos foram apenas com o construído, faltando ainda restaurar mais de metade das escolas planeadas e ficando assim suspensas essas obras previstas, deixando ao frio e chuva muitas salas de aula neste país.
Mais uma vez, a tradição portuga de "começar a casa pelo telhado".
Mais uma vez, outro "Elefante Branco" no país, a comprovar como, por cada governo que passa e desgoverna Portugal, há sempre uma ou duas obras sumptuárias e por vezes de utilidade duvidosa a arruinar os cofres Estatais. Ora vejamos só as mais recentes e de que me recordo:
- Nos Governos de Cavaco Silva, tivemos os "buracos sem fundo" do Centro Cultural de Belém,--que mais tarde foi bem aproveitado, mas que escusava de ter estragado o panorama de Belém e ser tão gigantesco (mas que na altura nem tinha fim definido em vista!)-- e a barragem do Alqueva (projecto que agora se quer abandonar, na parte que mais interssava para promover a agricultura);
- Nos governos de Guterres, tivemos a Expo 98, que todos recordam ter sido "um bodo aos pobres" dos empreiteiros, pois, com, a pressa em acabar dentro do prazo, cada camião de cimento e subempreitada via, de dia para dia, o seu preço duplicar! A Expo enriqueceu muita gente! Também da Era Guterres e continuando pelos governos seguintes tivemos os estádios novos para o Euro 2004, com o mesmo tipo de gasto de última hora tão do agrado dos construtores (mais uma vez à custa do dinheiro do Estado, que tanto detestam que interfira para não sei quê...). E agora até já tentam leiloar alguns e falam e demolir um ou outro!
Durão Barroso e Santana Lopes não tiveram muito  tempo para grandes estragos, fora os tais estádios, mas S. Lopes como PC de Lisboa já se preparava para despejar obras no parque Mayer, o que até poderia ser interessante, não fosse o projecto de Ghery ter sido pago sem sair do papel. No Porto, poe causa da  capital da Cultura 2001, houve pretexto para outro vazadouro de dinheiro na Casa da Música e para estragarem uma meia dúzia de praças e jardins do Romantismo. A Casa da Música até pode ser um sucesso arquitectónico, mas se tivesse sido construída perto do  belo Parque da Cidade  (rodeada  de relvados) não teria ar de meteorito invasor caído numa praça à séc. XIX. E não teria precisado de tantas complicações para as obras das caves de estacionamento, que deram a maioria das dores de cabeça aos engenheiros portugueses que a tiveram de concretizar . E, finalmente, preservaria o singular edifício do centro de recolha dos eléctricos da STCP (demolido, pois...), que hoje poderia ser um belíssimo e menos acanhado museu do Carro Eléctrico. Por Lisboa, a linha de Metro em zona de água, no terreiro do Paço, foi (e continua a ser) outro escoadouro de dinheiro... além de perigoso;
- Uff! e ainda não terminei...Chegado o consulado de Sócrates, tivemos os sonhos do TGV e de super-aeroporto da Ota a continuar pelas mentes dos desgovernantes, mas felizmente não concretizados. Mas tivemos já uma terceira auto-estrada Porto -Lisboa para moscas verem , túneis e barragens q.b., um Aeroporto de Beja para concorrer com as ditas moscas num espaço aéreo e afluência  à  moda alentejana e, como os dinheiros públicos começavam a escassear, a UE cortava dinheiros dos Fundos e a crise batia à porta, descobriram a nova árvore de patacas provisória, para satisfazer as clientelas de empreiteiros, na reabilitação do parque escolar: construção de gigantescos, incompletos e mal pensados Centros escolares (vide "Caixotes" escolares), uns armazéns de alunos do interior, que agora obrigavam os municípios a gastar mais dinheiro em transportar os ditos, e a restauração  (de boa parte ) das escolas existentes.
Tudo bem. Muitas escolas  precisavam de obras.É verdade. Algumas eram provisórias há décadas! Perante a crítica ao seu restauro sumptuário, houve quem me dissesse: "ah, dantes criticavam porque não havia obras, mas aí estão as obras, que querem mais, também?!"
Pois bem. Uma coisa é precisarem de obras. Outra é ter de deitá-las completamente abaixo, como fizeram à maioria (exceptuando as históricas, das principais cidades). Aliás, muitos dos nossos empreiteiros não conhecem outra forma de restauro: o deitar tudo abaixo. Uma coisa é reforçarem o isolamento térmico, prolongarem alas para aumentar a capacidade, outra é terem de fazer casas de banho onde eram salas e salas onde eram casa de banho, espaços exteriores onde eram interiores e vice-versa. Uma coisa é melhorarem os materiais e o aspecto, outra é colocarem materiais de luxo, com madeiras no exterior, apliques de luz só de embelezamento,corredores sem fim cheios de recantos(isso é  boa arquitectura funcional?!) chão de pedra caríssima mas de difícil manutenção( viram aquela reportagem de um Centro escolar do interior que teve de comprar sapatos especiais para TODA a gente para ninguém riscar o pavimento claríssimo que ficava com riscos negros ao mínimo toque de sola?), colocar janelas diminutas que implicam o acender as luzes constantemente, janelas seladas porque tudo se enche de ar condicionado e de aquecimentos centrais caríssimos! Cortar árvores frondosas e bonitas para plantar outras raquíticas noutros recantos, etc. etc.
E uma coisa é as escolas precisarem de obras, outra é começarem os restauros por escolas que não precisavam tanto , mas  que ficavam em zonas nobres, para encher o olho eleitoral, sujeitando-se aos cordelinhos de interesse de prioridades estranhas dos governos centrais e locais... E agora muitas de que precisavam mais ficaram  sem direito a obras. As que estão com obras a decorrer viram projectos alterados. Alterados, não pela escolha de materiais e acabamentos mais económicos e sensatos, para não ofender os senhores arquitectos e fornecedores, mas pelo que deveria continuar no projecto: mais salas de aula e laboratórios riscados dos planos, auditórios de tamanho decente a terem que ficar mais exíguos, bibliotecas convidativas e maiores a ficarem reduzidas a metade do espaço...
Mais uma vez, os justos a pagarem pelos pecadores.
Concordo que os alunos possam ter escolas bonitas, confortáveis, espaçosas, mas daí a transformar os seus átrios em Centros Culturais de Belém, em desaproveitar o que elas tinham de bom  e de bem pensado e  torná-las muitos mais dispendiosas em manutenção, é um perfeito disparate! Uma infantilidade de novo-rico! Um país pode construir coisas belas e eficientes sem cair em luxos, o que estou a dizer não é apelar ao miserabilismo. E depois, muitas dessas escolas, afinal, tiveram chuva a entrar e tectos falsos a desabar, pouco depois das ditas obras!
Na minha modesta opinião uma Escola devia cumprir os seguintes ideais : ser FUNCIONAL e segura,  ter bastantes salas de aula, espaçosas arejadas e luminosas, para as turmas, ter espaços comuns convidativos para o lazer, tempos livres, actividade extra-curriculares; um bom ginásio, com balneários decentes e práticos, uma boa biblioteca, que deveria ser o coração da Escola, gabinetes sossegados para os professores poderem ter ao menos uma gaveta ou cacifo e recanto decente para reuniões, para corrigir trabalhos em silêncio, tutoriar alunos,etc, já que são tantas as horas não lectivas que agora obrigam os docentes a estarem enfiados nos estabelecimentos, um gabinete de enfermagem (com enfermeiro, já que médico, nem em sonhos...), uma cantina ampla, com cozinheiras próprias a servir comida  nutritivamente equilibrada e saborosa(e não a dar negócio a umas empresas com comida pouco convidativa e até menos saudável que dantes!), jardins e parque de jogos, para que as crianças possam correr e brincar nos tempos livres...
A Escola-edifício em si deveria ter uma capacidade máxima de 500 alunos, em um turno, de preferência, para que todos ganhem estima pelo espaço escolar e pela aprendizagem em tranquilidade. Deveria ter simplesmente janelas amplas e bem isoladas, adaptadas ao clima de cada região, com a orientação solar muito bem pensada, de forma a poupar no aquecimento nas estações mais quentes, mas com resguardo q.b. no Inverno. poucas escadas ,chão  , paredes  e estores de material resistente e fácil de limpar,  quadros dos tradicionais, com apenas algumas salas de quadro interactivos e multimédia (não é preciso multiplicá-los, para depois não haver quem lhe possa fazer a manutenção, serem só pontualmente usados e se estragarem com facilidade.O auditório, a  biblioteca e suas secções providenciariam as necessidades e até os gastos e estragos seriam bem controlados). E espaços para teatro, música, ateliers de Arte, mesmo em escolas não artísticas, para poder desenvolver outras competências , as criativas, nas crianças e jovens  nas muitas horas que têm de "acampar na escola". E aumento da auto-suficiência energética, quem sabe (isso sim um bom gasto que compensaria) com painéis fotovoltaicos nos telhados, que ajudassem a poupar as contas de energia (as escolas restauradas têm também estores eléctricos e algumas elevadores, para além dos famosos ares condicionados! As contas triplicaram, agora é desligada a climatização e os alunos abafam com janelas que não se podem abrir!).
  Passámos do 8 para o 80... Dantes era a conta-gotas que uma escola conseguia ser renovada, sendo muitas vezes os projectos policopiados de escolas estrangeiras (como muitas delas que decalcaram escolas nórdicas, ficando depois com umas saletas muito estranhas e compridas, que não serviam para nada e que mais tarde se descobria serem salas projectadas para guardar... esquis (verdade!). Agora quiseram mudar tudo, dar traço artístico e nacional às escolas, e tudo bem...mas vêmo-las a ser construídas como mansões de luxo, todas cinzentas e castanhas como é de moda. Mas depois com altos preços de luxo de arquitecto também!
Como Cereja no topo do bolo, o Consulado perdulário e ultra-materialista de Maria de Lurdes Rodrigues e Sócrates,-- que consideravam que educar o povo era enchê-lo de computadores e gadgets, mesmo que sem conteúdo e deprezando o Conhecimento (o ódio à aprendizagem e aos professores que dela eram símbolo foi evidente ao longo de seis penosos anos!)-- criaram para amiguitos a Parque Escolar, de forma a gerir todos esses dinheiros públicos e depois vir a cobrar rendas avultadas às escolas (o que caricaturo na b.-d . acima), deram-lhes um grande poderio e consolavam-se a inaugurar apressadamente muitos caixotes novos, em épocas eleitorais. E aos Domingos, pois escolas vazias  de alunos evitavam  o embaraço de "gemadas" capilares na ministra sinistra e vaias monumentais ao  vaidoso Sócas. A conta, como costume, ficaria para o Futuro pagar.
Porém o futuro chegou (mais cedo do que contavam). O dinheiro encolheu. A auditoria foi feita. A administração da PE (empresa pública!) demitiu-se(LEIAM AQUI) . Não terá direito a indemnização, pelo que consta (VER AQUI). Acho bem. Parece que a "Parque Escolar" será extinta (LEIAM AQUI)... a ver vamos... as mordomias são tentadoras. a clientela é de todo o "centrão"... mas que antes se apure tudo o que falhou e quem "prevaricou". As obras quase pararam, mesmo em escolas em obras, pois os empreiteiros não estão a ser pagos(Ora cliquem e LEIAM também...). O caos instalou-se de vez. Aguardamos para ver se se apurarão responsabilidades maiores , se alguém será julgado, se alguém indemnizará a desbunda ao dinheiro Estado  (Leiam AQUI  a  linda gestão...)
E parece que as escolas restauradas terão de albergar mais alunos que o previsto, talvez das escolas vizinhas que não viram obras: por isso lá passaremos a ter ainda mais Mega-agrupamentos Escolares, sobrelotados, com salas onde os alunos se comprimem e onde faltam carteiras para todos, com todos os problemas de desumanização, de alienação e de indisciplina subsequentes... Nem nisso resultaram as obras em melhoria, pois agora querem poupar para pagar à eterna senhora Troika e até as nossas crianças têm de empobrecer...mais.
Entretanto, centenas de escolas esperam, com os seus espaços arrasados pela tirania pomposa das  escavadoras ou com espaços por reabilitar, milhares de crianças portuguesas esperam, dentro de contentores "provisórios" ou dentro de salas húmidas que terão de durar mais outra vintena de anos. Esperam por obras, até mais ver...
 E Portugal espera. Portugal é que foi o lesado, mais uma vez.
Nada a que Portugal não esteja já muito habituado... :((
(pronto... alonguei-me mais do que queria. Mas este tema deixa-me irritada como mais outro caso da tal falta "de visão estratégica" para o país, como se diz aí... Aguardem mais um pouquito pelo cartoon que está "no prelo"! E sem "custos excedentários"!Garanto que vale a pena, modéstia à parte ,eheheheh... Acabei por protelá-lo pois tive uns problemitas técnicos e também aproveitei mais o sol e o descanso, este fim-de semana, que convidava a passear ao ar livre. Ah o sol, pelo qual ainda não somos taxados...Até já !).
Margarida Alegria (11-3-2012, in blog "Alegrias e Alergias")

terça-feira, 6 de março de 2012

Últimas da área educativa e anti-educativa

                                     (MLR em mais uma "linda" foto, no programa de rádio "gente que conta"... Que CONTA?! Puah! só se for contar dinheiro e tachos! Jamais esqueceremos a destruição que promoveu!)
Antes de posts "de fundo" , lugar a três novidades no campo da Educação (duas) e no da "Anti-Educação", a primeira e mais antiga, pois é do foro judicial , sobre pessoas que foram contra a Escola Pública e a Educação em Portugal. Sim, adivinharam, a dita cuja, em mais uma foto para a posteridade acima, embora continue por aí a acumular prebendas, na sua prateleira dourada e em um programa de debate da rádio onde é mais do estilo "ãhn... eu acho que... ãã~.... efectivamente... ããn.... os políticos até se esforçam em poupar recursos ãn... os cidadãos é que querem tudo... aãh....quero homenagear estas mulheres... ahn.... e falar dos cargos e do salário do  engenheiro catroga é cair em armadilhas e alçapões... ahn..."
Bem, adiante.
A primeira notícia é para lembrar o andamento do julgamento da ARGUIDA (como sabe bem ver este termo associado ao ser em causa!)   Maria de Lurdes Rodrigues, acusada de prevaricação e que já noticiámos AQUI Para já, o  secretário-geral  do ME, João da Silva Baptista, já foi condenado a uma multa ( quatro mil Euros) pelo Tribunal de Contas e o julgamento a "sério" virá por aí.
APROVAMOS: começam a ver-se alguns resultados e a repor-se a justiça deste vergonhoso caso de favorecimento e de delapidação do Erário público.
NÃO APROVAMOS: Como é que apenas o Secretário-geral paga multa(é ele o "responsável da Educação" mencionado no título) e apesar de tudo pequena face aos montantes em jogo  e a responsável máxima pela pasta da Educação , então,(claro, MLR...) não paga um tostão? Pois... coisas do "mexilhão", já se sabe...
A segunda notícia é sobre a polémica do AO e da "bola de neve" contra o mesmo,  que aqui temos vindo a noticiar. Desta vez, os filhos da falecida filóloga e especialista em gramática do Português e etimologia, Maria Leonor  Carvalhão Buescu, grande   Professora Universitária, vieram esclarecer o público, precisamente num artigo do "Público" de hoje, o quanto rejeitam o abuso que foi feito do bom nome da sua mãe, que já não está cá para rebater e desmentir. Dizem que estudos científicos da sua mãe foram descontextualizados e deturpados.
Resumindo, explicam eles que Edite Estrela  Almira Soares e  Maria José Leitão, senhoras recentemente convertidas à defesa do AO, por via do patrão Sócas (pois entretanto já haviam publicado novos manuais sobre a Língua, ignorando olimpicamente o "novo-AO"),  têm vindo a mencionar os estudos de Maria Leonor Buescu, para defender o novo AO. O trio  de doutoras-malabaristas alegavam num determinado livro e por outras vias (por exemplo no Facebook) e citando a respeitável Linguista que as mudança deste AO  eram tão necessárias, embora impostas, como outrora haviam sido as regras criadas pelos primeiros gramáticos ( por ex., Fernão de Oliveira e João de Barros, no séc. XVI)!!!!
Os  filhos subscritores da carta aberta vieram esclarecer que era obviamente abusiva a comparação, pois esses gramáticos tiveram de criar regras onde elas não  existiam e fizeram um trabalho o mais coerente possível tendo em conta as referências possíveis então. Já o novo AO, combatido com denodo por Maria Leonor Buescu, quando entre nós, além de não ter coerência etimológica e de argumentação possível, não passava da tentativa de alteração por decreto das regras JÁ EXISTENTES!
O artigo chama-se
"UM CASO DE REVISIONISMO POR CONVENIÊNCIA" ( in Público, 6-3-2012, pág 51, versão papel- linkei o título a um post do blog "ILCAO- ILC contra AO", que reproduziu o texto) .
Não sei se está online do Público, mas deixo aqui alguns excertos significativos (os sublinhados são meus):
"Convém repor a verdade, sobretudo quando ela altera e por isso mancha a reputação de quem, ao longo de toda a sua vida, foi uma generosa e infatigável defensora de princípios científicos que justificaram a sua crítica frontal ao AO, no âmbito das polémicas que sobre ele desde os anos 80 tiveram lugar."
"Uma deturpação como esta, realizada por quem sabe quanto a crítica directa ao AO foi uma das posições definidoras de Maria Leonor Buescu  , roça o abuso do direito ao bom-nome, que está constitucionalmente protegido, mesmo para aqueles que já faleceram, como é infelizmente o caso."
"(...) a transposição adulterada do seu saber apenas manifesta que quem a cita não sabe o suficiente para a compreender(...) As observações de Maria Leonor Buescu descrevem uma situação histórica, do 1º quartel do séc. XVI, em que os primeiros gramáticos e ortografistas foram confrontados com a necessidade de codificar o vernáculo de uma forma sistemática, o que ainda não tinha ocorrido até aí."
"É com orgulho que dizemos que Maria Leonor Buescu continuaria hoje, se fosse viva, a ter  precisamente as mesmas  posições que nos anos 80 e 90. Ou seja, continuaria a criticar de forma tenaz e inteligente , com o saber que ao longo dos anos construiu, o presente Acordo, que na sua óptica era uma peça científicamente lamentável e socialmente injustificada."
Leram ,senhores "Casteleiros" e senhoritas "Estrelas"? "Cientificamente lamentável e socialmente injustificada" ! Ora tomem!
Lembro-me bem da posição oficial de Mª L. Buescu , nos anos iniciais da polémica. Foi das que mais batalhou contra o absurdo AO. Lamento também que haja quem não olhe a meios para alcançar os fins.
 Respeito quem argumente linguística e cientificamente, mas tal não foi o caso de Edite Estrela e "sus muchachas", que foi chamada  à última da hora como "especialista", para  acudir à causa  do novo AO, de uma imposição política e teimosa do seu delfim Sócrates, que por sua vez só queria agradar a alguns políticos brasileiros seus amigos (e nem os linguistas brasileiros foram devidamente escutados!).
E reparem bem: o que os antigos gramáticos quiseram uniformizar, foi para fixar a Língua escrita e assim ajudarem à preservação da jovem Língua Portuguesa de então. Já o novo AO faz o inverso: pretende uniformizar a Língua, transcrevendo para a escrita todas as suas variantes orais, assim criando o Caos linguístico e o vale-tudo ou tanto-faz -como- fez, ajudando apenas a fixar umas formas confusas que vão  dificultar e destruir a correcta leitura e em consequência causar a  futura deturpação oral das palavras, em "pescadinha de rabo na boca", destruindo a Língua, já vetusta e  de respeitável cabeleira banca, ao invés de a ajudar a preservar num mundo de Línguas francas onde muitas Línguas  "nobres" correm risco de morte. Para respeito pela Língua, estamos conversados. Claro que as Línguas são dinâmicas e evoluem, mas  o que este "Aborto Ortográfico" faz é o equivalente àqueles criadores de cães e gatos que tentam alterar a genética e a evolução natural das raças, cortando cirurgicamente as caudas  ou as orelhas a certos cães, para que os seus filhos nasçam  já sem elas e assim não incomodem os donos ao "espanar" a alegre cauda pelos apartamentos. Como  no caso desses cruéis indivíduos que brincam a Deus, Malaca Casteleiro e os seus seguidores mais assanhados parecem achar que as consoantes mudas (só para dar um exemplo) são uma maçada herdada do Latim e que é preciso modernizar o idioma à força e por decreto. Sobretudo se depois, vaidosos,  derem o nome a essa "reforma" mal amanhada!
Portanto:
APROVADA: a atitude esclarecedora e esclarecida dos herdeiros de Mª L. C: Buescu.
REPROVADAS: as atitudes à falsa  fé de E. Estrela e Companhia, que pensavam que tal deturpação daria validade científica ao AO e que esse abuso passaria incólume.
Terceira novidade: MEC e seis sindicatos chegaram a acordo quanto às regras de colocação de professores. VER AQUI o texto em PDF, fornecido pela FNE.
ainda não fiz a sua leitura atenta mas, para já:
APROVADO: algumas melhorias em relação aos texto inicial da proposta ( o habitual: pôr a proposta  inicial muito negra, para depois o cinza escuro final já parecer algo cheio de luz!): o poder dos directores nas contratações de escola não é tão exagerado. há algum peso da graduação  profissional, em contraste com o anterior dos critérios`"a la carte"... Professores do privado e do público podem concorrer lado a lado, mas já não há o desequilíbrio tão grande que punha os  do privado em vantagem escandalosa perante os que andaram a calcorrear o país em concursos públicos... Mesmo assim, é irónico que não possa existir o "quid pro quo", de os docentes  de público não poderem  aceder mais facilmente às escolas privadas, que não através da rainha Cunha. Como dizia o outro: " enfim... é a Vida!"... :((
NÃO APROVADO: Toda a complicação gerada com esta necessidade de novos regulamentos, tudo porque a dona maria de Lurdes e suas sequelas  instalaram o  conflito, a arbitrariedade e o Caos em algo que era antes razoavelmente consensual ( por exemplo:  com as  manias de novos programas informáticos inventados  e vendidos por amiguitos, bem como ao misturar todas a ordem de classificação para concursos para agradar a outros amiguitos fingindo o mérito mas gerando uma salada e muita injustiça, ou seja,destruindo pela base tudo o que era mais tranquilo e dava  alguma estabilidade às escolas). Não aprovado também todo o processo destes acordos constantes , mais uma vez assinado por uns e não por outros e pondo em letra de lei interesses lobbistas, nomeadamente do ensino Privado, que, tal como no caso das empresas,  gosta de ser privado para não ter interferências do Estado, mas passa a gostar do Estado para receber subsídios (cada vez maiores, enquanto as verbas para as escolas públicas diminui a passos largos!)  ter igualdade de circunstâncias  em concursos públicos, igualdade  que não dão eles  a outros...
E o texto vai longo, já há muito que ler aqui...ok ok... sempre foi um post "de fundo"! :))
Quanto ao cartoon prometido( outro assunto), não sei se ainda poderá sair hoje, mas está quase e merece a espera, modéstia à parte, eh eh...
O outro texto prometido, de assunto  (muito ) mais sério e triste também já está rascunhado, mas hoje não quero voltar a ele, para me manter com boa disposição q.b, para ultimar o cartoon!
Até já! ;)
Margarida Alegria (6-3-2012, in blog "Alegrias e Alergias")

Jack Johnson - better together


(Jack Johnson- "Better Together")
Uma música para desejar boa noite, de uma blogger cansada e apressada.
Amanhã saem dois posts fresquinhos. Um para resmungar com algo muito sério, outro para fazer sorrir (sim... e  em cartoon!).
Deixo a tranquilidade das ondas Havaianas  com a canção  optimista de Jack   Johnson.
Até amanhã.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Ora...Bolas de Neve, Bolas de Cristal

Duas boas notícias -- aliás três!-- e duas "não notícias", leia-se umas "bocas" assim assim ou antes pelo contrário.

A primeira das boas notícias tem dois dias e já está a gerar polémica.

O Secretário de Estado da Cultura deu a sua opinião sobre o novo Acordo Ortográfico (AO) e disse que este deverá ser revisto até 2015 e que não há imposições até lá:
"É possível efectuar ajustamentos ao Acordo Ortográfico" (DN- Artes, 29-2-2012)


Como se esperava, já surgiram os choradinhos do costume (que agora estava tudo a ser implementado e blá blá... --LER AQUI).

Surgem também reacções do Brasil e dos juristas.

Nada de definitivo, por isso, e não podemos ainda deitar muitos foguetes, mas pelo menos a bola de neve que começou com a atitude de V. Graça Moura --e que relatei em posts AQUI e DEPOIS AQUI e ainda "ACOLI"--- continua a rolar e já está a desencadear alguns resultados institucionais.

É o que acontece às "bolas de neve" que com persistência se fazem rolar encosta abaixo, quando se quer combater algo de absurdo. Muitos cidadãos adormecidos ou desanimados recobraram forças, o assunto voltou aos títulos e ao debate e obrigaram os decisores a tomar posições. Claro que sabemos que F. J. Viegas não manda em nada, mesmo na sua semi-pasta(vide a venda opaca da Tobis,o fechar de apoios ao cinema em ano de portugueses premiados em Berlim, o não ter podido escolher os dirigentes de museus e CCBs...) , por conseguinte só podemos aguardar maior precisão e definição, sabemos que não passa de uma opinião "en passant", mas a Esperança aumenta. O empurrar uma definição até 2015 não é bom, pois é ano de eleições e poderá voltar um senhor Sócas qualquer e achar que pode mostrar "pulso forte" ao impor de novo um AO por decreto.Sabemos bem que é sempre mais fácil a pequenos ditadores criar guerras às classes cultas como esta (dividir para reinar, como sempre!) do que tomar decisões sobre assuntos que lhes competem, como os de governar económica e politicamente.

Portanto, esperemos que a bola de neve vá rolando, continuemos a resistência e a argumentação e aguardemos.

A segunda boa ( FANTÁSTICA) notícia tem escassas horas e já está a pôr a cabeça dos desgovernantes à nora. Depois de uma queixa em 2010 feita à UE pela Câmara Municipal de Aveiro, eis que surge a resposta. Ora vejam bem:
"BRUXELAS CONSIDERA PORTAGENS NAS EX-SCUTS ILEGAIS"
(in Diário Digital)

Ah pois é!!! E a Comissão Europeia ameaça levar o Estado Português ao Tribunal Europeu por incumprimento do direito comunitário! Oh Yeah! de facto, alegam por exemplo que essas portagens contrariam o direito à livre circulação de pessoas e bens!

É verdade que a responsabilidade maior foi do anterior Governo e da negociata que fez com as privadas Mota-Engil e companhia e os portais electrónicos de preço exorbitante. Mas, como Oposição na altura, o PSD condescendeu e em vez de estudar a lição de direito e de pôr travão firme ao cobrar de portagens nas Scuts do Norte, ainda ajudou a alargar o cobrar de portagens às estradas do Centro e do Sul. No fundo, queriam fazer o mesmo, se estivessem então no poder e defendiam uma tal lógica do "utilizador pagador". Não é estarmos sempre contra a cobrança de taxas e contra o que diz o poder, mas as novas portagens foram um manifesto caso de injustiça:

- Se fossemos aplicar o princípio utilizador/pagador a tudo, então seria justo deixarmos de pagar tantos impostos para o bem comum;
- O princípio de haver alternativas não foi cumprido, pois foi provado por utentes e autarcas que tais não existiam. As Scuts foram em larga escala construídas sobre vias existentes, as alternativas gastam pelo menos o dobro do tempo aos utentes e são visivelmente perigosas, ou porque são caminhos estreitos, perigosos e sem indicações, com o perigo de embate a cada curva, ou porque são agora estradas municipais repletas de semáforos, de passadeiras, de tractores, galinhas e cães a atravessar, de automobilistas a parar para comprar batatas, melões ou cebolas(não brinco!), de cães a parar para conversar com as galinhas(aqui, si,.exagero... os cães preferem lafrar às vacas e gatos!), com vacas (sorridentes, claro!) a ocupar uma das faixas em passo pachorrento, em vias quase sempre de duplo traço contínuo... um primor! Uma "alternativa" supimpa! :))

- O princípio do nível de vida dos moradores não foi respeitado, pois o Norte, com alguns dos concelhos mais flagelados por falências e desemprego, foi o primeiro a ter de passar a pagar portagens;

- As ditas Scuts estavam mais que pagas, com fundos comunitários destinados precisamente à melhoria de infra-estruturas como essas e que agora outros recebem também, numa economia de retorno e verdadeira solidariedade na UE. E não foram as concessionárias dos portais a pagar a sua construção;

- As Scuts só têm duas faixas em cada sentido, portanto diferente de uma Auto-estrada em todo o sentido da palavra e o que prova isso é que não tinham espaço para cabines de portagem normais. Foi portanto o Estado pagar um "balúrdio", nas PPPs do costume, pelos tais portais, o que tornou o prejuízo muito acima do que antes o estado gastava a pagar às concessionárias para a sua manutenção. E como tem sido complicado, a portugueses e estrangeiros o sistema de pagamento!

Poderia dizer mais, mas estes argumentos bastam. Venha agora ao menos a CE repôr a justiça! Ficamos a aguardar também o desenrolar dos acontecimentos. Para já o Governo vem alegar, qual menino envergonhado que chegou tarde à escola, que "não há alternativa às portagens", que agora deveria ser aberta uma excepção, pois o país está em austeridade, que já estão a funcionar, coisa e tal... e que... que... que... (pois... uma nova precipitação estilo "AO" deu nisto, como foi o crime de autorizarem a barragem do Tua , de nacionalizarem o BPN e ... e... e...). Mais uma vez poderiam marcar a diferença, repondo a justiça e acabando com mais um disparate. Mas não é assim: normalmente os disparates já feitos continuam, porque fica caro desfazê-los, mas gastam dinheiro a fazer novos disparates, nomeadamente a fazer mais legislação e a mexer em assuntos que até funcionavam razoavelmente. Nem preciso de dar exemplos e de qualquer forma não tenho tempo agora.*

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*(Nota de ÚLTIMA HORA:Ora batatas! O Ministério da Economia vem agora dizer que a advertência de Bruxelas, afinal, é contra os descontos para residentes feitos ao pagamento das Scuts? Será?! A notícia estaria assim tão distorcida? Hummm... ainda muita confusão vai correr debaixo destes "portais"... Ou seja...vão pôr as pessoas a pagar quantias que lhes foram descontadas, depois da trabalheira que deu a muitos tratar da papelada para esses descontos?! O Álvaro deve estar todo aliviado, mas isto vais dar mau resultado! ai ai! Até nisto a CE anda ambígua?!

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As duas "não notícias" foram aquela de o nosso PM dizer que não era profeta (temos reparado nisso...) nem tinha uma "bola de cristal" para adivinhar o evoluir da situação económica do país (ai ai... mau maria...!), sendo a segunda "não notícia" (pois não traz uma informação relevante ou que não soubessemos) a imitação que o treinador do FC Porto, Vítor Pereira, lhe fez, ao dizer que também não tinha "bola de Cristal" para adivinhar se o jogo de futebol de hoje contra o Benfica era ou não decisivo. Ironia, moda, ou coincidência nisto das bolas de cristal?

O que é evidente é que supomos que os governantes e políticos em geral não andam a dedicar-se às ciências ocultas ( hum... "aventais" à parte...) caso contrário já todo o povo teria deixado de ir votar e se concentraria em eleger a Maya e aquele do oráculo de Bellini. Ou até mesmo os búzios do Professor Karamba. PPC e VP queriam talvez dizer que eram apenas humanos e não conseguiam adivinhar o imprevisível, por mais esforçados que sejam. Pois bem, o que me preocupa não é essa sua intenção, mas precisamente a metáfora usada. Reparem: se alguém ALEGA que não tem uma BOLA DE CRISTAL para adivinhar futuro... é porque ACREDITA no poder das bolas de cristal e só lamenta não ter uma! O que essa referência revela é que é preocupante! Que no fundo os governantes andam "aos papéis" e, em vez de tomarem medidas acertadas a pensar no País, são no fundo todos como o ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos que dizia que restava guiar-se "pelas estrelas", ou como a actual ministra da agricultura , A. Cristas, que tinha Fé que ia chover em breve e assim não precisava ainda de pedir apoios a Bruxelas, como já a Espanha e outros se mexem para fazer...

Temos governantes que provavelmente vão em segredo aos tarólogos e astrólogos e que acham que só uma bola de cristal poderia ser providencial. Se não acreditassem em Bolas de cristal, nunca as mencionariam como alternativa, não concordam?! Estão a ver grandes líderes de outrora a alegar isso?

Não. Mas o mal é geral. Até o famoso e poderoso ministro alemão Shaubble joga o Sudoku enquanto decorrem os debates na Cimeira Europeia, como alertado pela Anabela Magalhães(AQUI, espreitem o video e pasmem!)

E assim estamos entregues aos bichos, pois não podem ser apenas a Fé (mesmo que poderosa)nem os astros a salvar-nos da situação em que nos meteram. Eu pelo menos não andei a gastar acima das minhas possibilidades nem a consultar os cristais ou as auras ou as agências de rating , para agora estar a pagar uma dívida "colectiva" que foi na maior fatia gerada por roubos ao Estado!

Ao menos já vislumbramos na dita bola, umas estradas livres de portagens e uma Língua Portuguesa não torturada por ortografias ilógicas e a-linguísticas.... resta ver se vai ser esse futuro ... ou não. Pelo sim pelo não vamos pedindo à divina Providência.

Ah! é verdade... a TERCEIRA boa notícia ? Pois bem, depois de uns escassos pingos ontem, hoje à tarde está a chover, mais copiosamente! Podemos então concluir que das quatro uma: ou a ministra Cristas tem sorte de jovem principiante, ou a sua Fé é de mover montanhas, ou andou a negociar canhões de fazer chuva com os cientistas chineses,ou então... tem uma EXCELENTE BOLA DE CRISTAL! :))

Nesse caso, era bom que fosse solidária com Passos Coelho, com V. Gaspar e com o ministro Álvaro (e, já agora, com Vítor Pereira...) e lhes emprestasse urgentemente esse cristal mágico. Mas sem Juros.

"Alergia" (2-3-2012, in blog "Alegrias e Alergias")