domingo, 12 de maio de 2013

Efemérides: Bernardo Sassetti - Um ano volvido...


(Bernardo Sassetti, Tema de "Alice", filme de Marco Martins)
No  passado dia 10 fez um ano sobre a trágica e prematura morte de  Bernardo Sassetti  (n.24-6-1970, f. 10-5-2012), talentoso compositor   e   pianista  clássico e  de jazz, artista multifaceado.
Se bem se devem  lembrar, caiu no  abismo , quando buscava os melhores ângulos para  as suas  fotos( para uma exposição   que preparava),numa falésia no Guincho...
 Ah Bernardo, antes  tivesse   ficado pelo piano....
 Mas parece que era assim, inquieto  e com sede do belo da vida.
Vi-o pessoalmente  de raspão (conhecido de amigos meus) e pareceu-me de enorme simplicidade e doçura, como são quase sempre as grandes almas e boa parte dos  melhores artistas. Os músicos de formação clássica  tendem a ser ensimesmados e distantes, mas não parecia ser o seu caso: não  havia nele qualquer pose  de superioridade. O que confirmei   numa deliciosa entrevista de TV que vi mais tarde com ele, paciente e simpático, até com um histriónico Goucha.Um abrir de coração perante as câmaras de uma candura desarmante, até.
Não queria deixar de lembrar a data.
Fica aqui, para memória futura uma das suas composições, quando de certeza teria tantas mais para criar nos anos vindouros: o Tema de "Alice", filme  de Marco Martins, a meu ver, aliás, um dos melhores filmes portugueses dos últimos anos e de sempre. Esta música consegue transmitir e sublinhar de forma inesquecível a  busca angustiante e incansável de um pai pela pequena filha desaparecida, numa Lisboa vista invulgarmente pelo seu lado da indiferença e frieza de grande metrópole. Quem vê o filme, tem neste seu tema homónimo, para além das notáveis actuações, dos planos, das cores, da construção invulgar, um dos principais aspectos inesquecíveis. Recomendo.
E agora volto para a minha "nuvem", que ainda tenho muito trabalho à espera...
Para sempre, Bernardo Sassetti.
Margarida Alegria (12-5-2013, in blog "Alegrias e Alergias")

sábado, 4 de maio de 2013

CARTOON: Kem Ké um Xuápe? (Série Jejé e Companhia)

(c) Margarida Alegria (Maio de 2013)- a imagem ficou muito reduzida, neste espaço. Clicar sobre a imagem para ler melhor

Há muito que não publicava um cartoon da série destes garotos... ia dizer "reguilas", mas acho que já estão no patamar do delinquente.
Este é o primeiro de um conjunto de cartoons a que chamo internamente de "Clandestinos" (um dia talvez explique melhor). Digo apenas que tenho descoberto que, quando se tenta aproveitar os tempos mortos de alguns momentos de  tortura  taylorista, é bem mais fácil ocupá-los com a criação de cartoons do que com a criação de texto.
Um cartoon coaduna-se melhor com a constante interrupção, pois está desde logo desenhado na íntegra na nossa cabeça antes de o passarmos para o papel. Depois, em períodos de 10 minutos ou menos ,intervalados, lá vamos fazendo o esboço geral da imagem, depois o desenho mais detalhado, depois o passar a tinta, por vezes o colorir.
Com a escrita é diferente. Por mais pensada que tenhamos a ideia  antes de chegar ao papel, depois o escrito ganha vida própria e temos de estar em total concentração e abstracção em relação ao que nos rodeia. Uma interrupção pode deitar por terra o desenvolvimento de uma ideia nova ou da estrutura de uma frase... um pouco como estar num belo sonho e ter de acordar de repente, tentando depois, em vão, tactear por entre palavras e imagens às quais queremos voltar. É de facto verdade aquela ideia que se tem de que é preciso retirarmo-nos do mundo, para uma cabana isolada, na companhia do papel e caneta e uma panela de sopa. De outra forma torna-se tudo  muito mais lento. Mesmo se estivermos diante do computador, como agora estou, temos de evitar todas as distracções, e então da possibilidade de intercalar com outras tarefas nem falar: é quase impossível!
Falando em escrita, fiz agora um intervalo de passatempos mais interessantes que as nacionais aflições com estes constantes sobressaltos com o nojo e o banditismo de punhos de renda que todos os dias nos é despejado pelas notícias. E cá vim publicar o meu cartoon "clandestino" de há dois dias.
Ontem foi  mais uma inenarrável comunicação de cortes e sangria aos cidadãos pelo nosso PM (ver  e ouvir AQUI).
O ar seráfico do dito bem tentava abafar os escândalos da semana, de entre os quais se destacou a descoberta que actuais e antigos governantes incentivaram (ora como governantes ora como "gestores" de empresas públicas, -- eles fazem "swap" de funções nas danças das cadeiras-- especialmente na área dos transportes)  mais uns  contratos ruinosos ( ruinosos  para o Estado,claro!) com empresas financeiras (G-Sachs,- por falar nisso,  alô Borges, mais um boneco na colecção! -- JPMorgan, Santander... lalará...), contratos que dão pelo nome de "SWAPS". O Tribunal de Contas alertava há anos para os perigos destes contratos, mas como costume ninguém lhe deu ouvidos...
Ver aqui uma das notícias (que remete para outras, para quem quiser, como para este detalhe AQUI):
"Perdas potenciais com "swaps" reduzidas em 500 milhões" (in Público, 30-4-2013)
Não entendo muito disso, mas parece que um "swap" é mais uma daquelas habilidades nas quais , caso a coisa corra mal, quem paga o buraco é o Estado (leia-se, os cidadãos). Este governo, vá lá,  até afastou dois secretários de Estado perante a divulgação do escândalo, mas outros tantos terão continuado em funções e apenas se vê a ponta do Icebergue, que , como costume, envolve todos os partidos do chamado "Centrão" que vão alternando no poder. Agora tentam renegociar esses contratos, para minorar os danos, mas pelo que se sabe ,para já, a desgraça ronda os 3 mil milhões de Euros. Coisa pouca, ou, como dizem os americanos... "amendoins".
O que são 3 mil milhões, perante um buraco a pagar na vez dos bandidos do caso BPN de uns ... 7 mil milhões (mas sempre a aumentar)?
Mesmo para isso, entende-se agora, é que os nossos jovens desgovernantes insistem  em fazer um corte PERMANENTE do orçamento do Estado Social, na casa dos 4 mil milhões (soube-se ontem que subiram a parada para 4.800 milhões...). Assim , roubando ainda mais pensionistas e funcionários públicos, mandando mais uns milhares para o desemprego ( mais 30 mil, para já, ao que chamam "rescisões amigáveis", fora os que seguem para mobilidade especial como se não passassem de sapatos velhos a deitar fora),aumentando a idade da reforma,  cortando ainda mais na qualidade da Educação, da Saúde, da Segurança social, haverá mais de 4 mil milhões de Euros POR ANO, para gastar à "tripa forra" nestes "erros" de gestão, nestes casinos paralelos de jogo com dinheiros públicos e em muitas outras negociatas mais ainda por inventar pelos amigos  "empreendedores" do privado. Ou entendi mal a jogada?
É difícil ainda conseguir fazer humor no meio desta pirataria sem freios, mas ainda é das atitudes que nos podem manter de cabeça erguida. Tinha de fazer este cartoon.
Agradeço, para a ideia do cartoon, ao Carlos Fonseca do blogue Aventar, onde este explicou as principais diferenças entre os diferentes tipos de "Swap".
Pronto: agora volto para  finalizar os meus escritos, bem mais interessantes , sobre personagens humanamente muito acima destes políticos e gestores de trazer por casa, sobre situações muito mais cheias de Esperança, sobre lugares de vida até mais complicada a certos níveis, mas onde há ainda quem ouse resistir e mudar o que está errado.Tive de interromper a sua conclusão há quase dois dias--- as tais interrupções inconvenientes de outras tarefas e solicitações!-- e quero que fique como o imaginei. Tem sido um texto construído com paciência,aos poucos,  ao longo de vários dias, quase "tijolo a tijolo",  pois os seus temas são muito mais elevados e nobres que estas autênticas poeiras nojentas e tóxicas lançada por um (resto de) país, por  uma democracia decrépita e por uma Europa em  rápida erosão.
Margarida Alegria (4-5-2013, in blog "Alegrias e Alergias")
É verdade: este foi o Post nº 300 do blog!

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Às 20h de hoje, os Vampiros voltaram a atacar em força...

(c) Margarida Alegria (2 de Março de 2013, Porto)
... (por via televisiva e nas ondas da rádio).
E ainda há quem defenda este tipo de medidas homicidas (e suicidas) e os seus executores desvairados?