quarta-feira, 28 de março de 2012

MAIS que isto! - Música



(Missy Higgins, "More than this", concerto em Seattle, Novembro de 2008)

Olá, boa tarde, como estão?

Sem tempo para completar uns post mais sérios que preparo, deixo aqui uma musiquinha para esta tarde de calor já estival.

Embora aprecie algumas músicas dos Roxy Music, nunca achei este "More than this" nada de especial. Embora Brian Ferry cante bem, a sua versão pareceu-me sempre um tanto insossa, deslavada até.

Porém,ouvindo esta outra versão, muito mais simples em arranjos de uma baladeira (Missy Higgins) apenas acompanhada por uma viola, a canção parece ganhar outra "alma", um novo sentido dado à letra, com a expressividade e até paixão com que é cantada.

Enquanto que Ferry cantava "More than this", como quem está a desfalecer e em tom blasé, esta jovem intérprete, que não conhecia, parece "dizer" que esse "Mais que isto" é algo de alcançável e com que se pode sonhar.

Ou seja, como uma nova entoação e versão pode transfigura uma canção que parecia rotineira.

Digam lá se não concordam comigo?

Todos nós desejamos mais que "isto" que temos. Na vida particular, profissional, do país,no que o mundo (mal) nos oferece.

O mundo tem que ser mais que isto, mais que uma vida onde só o Trabalho parece ser valor absoluto, mas não como valor humano, de dignidade, mas como produtor desenfreado e alienado de dinheiro e só para alguns. A parvoíce das alterações laborais que serão aprovadas hoje na AR, com o ridículo corte nos feriados e a alicate apertado na cabeça dos mais fracos do sistema, os trabalhadores; com o aprovar de regras que escancaram os depedimentos em época de crise e contenção, onde é evidente que quem despede o fará para poupar dinheiro e não para poder contratar outros trabalhadores (só ceguinhos não vêm que com o tipo de empresários que temos só aumentará o desemprego), tudo issso nos esmaga o coração e a Esperança, que já era escassa.

Tudo deveria ser mais que isto (patético, mesquinho) que temos ou a que nos querem limitar,tudo isto que estamos a viver e a sofrer. Podemos ter entrado uns anos na onda do consumismo, mas foi pela grande miséria que vivera no tempo "da outra senhora" e pelos ministros da democracia que antes aconselhavam a isso (lembro-me do Cadilhe em época de vacas gordas: é consumir, consumir para o dinheiro circular!....-- Pois...), mas não somos um povo assim tão gastador como indivíduos. Ou pelo menos grande parte dos portugueses não são. Só não poupavam pois não havia muito para poupar e nem os governantes nem os bancos incentivavam à poupança .Os governantes é que foram metendo a País em buraco cada vez maior! Não nos digam que mereciamos tal miséria! Não deixemos que nos digam isso!
O povo português é bom e trabalhador, tem valores de vida diferentes de outros povos (não é totalmente materialista) e ainda bem... Não! Merecemos mais que isto!

Merecemos um horizonte com menos dúvidas, merecemos ao menos um horizonte!

Merecemos desejar alcançar a Felicidade para que fomos criados! Queremos trabalhar, a Economia em ordem, mas a vida é bem mais que isso!

Será que é pedir de mais? Creio que não..

Então até logo, com mais da "Alergia"...

(e faleceu Millôr Fernandes, 88 anos, génio do jornalismo e humor brasileiro...mais um que parte...) :(

"Alergia" (28-3-2012- "Alegrias e Alergias"- blog)

6 comentários:

  1. Sim, merecemos bem mais que isto com que nos atiram!
    ... mas eles vão cair!!

    Morreu Millôr... um simpático áspero para quem era áspero para o povo!

    Beijos,

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  2. A música é um departamento tão pessoal. O que acorda os sentimentos de uma pessoa pode ser indiferente a outra. Quanto aos portugueses, direitos e as tuas considerações tão propositadas, só tenho a dizer que cada um terá a palavra final quanto à sua posição perante a vida e seus desafios. Nós é que decidimos, mesmo em prisão, podemos decidir como vivê-la.
    Gosto dos teus pensamentos e constatações. Há tantas prespectivas quantas as pessoas. Afinal, tudo é subjectivo! Beijo.

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    1. É certo, Pérola. Cada um tem as memórias associadas a certas músicas e até com a idade e o contexto mudam os sentimentos que ela invoca.
      Ainda bem que aprecias os meus pensamentos. Também gosto da forma como observas a Vida e chamas a atenção para alguns aspectos que por vezes "olhamos " a correr.
      E ainda bem que há tantas perspectivas e pessoas a exprimi~las! É sinal que ainda nos resta a Liberdade para tal. E viva a subjectividade de olhar franco!
      beijinhos

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