quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Depois do Rio, o Mar... (Música para o serão)


The Waterboys- This is the Sea"
Como    a letra da canção  sugere, a vida não é apenas como (segundo a vulgar analogia) um belo  e simples rio, por onde fluimos com os nossos projectos, sonhos e receios, com maior  ou menor corrente, mas desaguando pacificamente no Oceano.
Há  Eras e momentos  marcantes da vida individual e/ou colectiva em que, sem que nos tivessemos equipado com bóias ou coletes,  damos por nós  directamente    no mar  , longe do nosso trajecto fluvial, sem cais que nos acolha...
Portugal, a Europa, boa parte de nós... encaramos um momento desses.
Incerto, medonho, avassalador...
Pensaramos saber tudo da nossa própria navegação.

 "But that was the River... This is the Sea.."
Enfrentemo-lo pois, olhando a onda de frente. Poderemos sair um tanto machucados e molhados. Só não sejamos condescendentes com monstros que nos sonham tragar,  com as rochas  mais duras e escorregadias que não são porto seguro, nem com as voláteis medusas, viscosas e traiçoeiras teias marítimas.
Um arrepio percorre-nos a espinha, mas assim como rio era "nosso", assim também será o Mar.
"Behold the Sea!"
Boa noite...
"Alergia" (6-11-2012, in blog "Alegrias e Alergias")
Aqui a letra:
"This is the Sea"
These things you keep
You'd better throw them away
You wanna turn your back
On your soulless days
Once you were tethered
And now you are free
Once you were tethered
Well now you are free
That was the river
This is the sea!

Now
if you're feelin' weary
If you've been alone too long
Maybe you've been suffering from
A few too many
Plans that have gone wrong
And you're trying to remember
How fine your life used to be
Running around banging your drum
Like it's 1973
Well that was the river
This is the sea!
Wooo!

Now
you say you've got trouble
You say you've got pain
You say've got nothing left to believe in
Nothing to hold on to
Nothing to trust
Nothing but chains
You've been scouring your conscience
Raking through your memories
Scouring your conscience
Raking through your memories
But that was the river
This is the sea yeah!

Now
I can see you wavering
As you try to decide
You've got a war in your head
And it's tearing you up inside
You're trying to make sense
Of something that you just don't see
Trying to make sense now
And you know you once held the key
But that was the river
And this is the sea!
Yeah yeah yeah yeah yeah yeah yeah!

Now I hear there's a train
It's coming on down the line
It's yours if you hurry
You've got still enough time
And you don't need no ticket
And you don't pay no fee
No you don't need no ticket
You don't pay no fee
Because that was the river
And this is the sea!

Behold the sea!

12 comentários:

  1. Linda música! beijos,ótimo dia!chica

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, Chica!
      Também acho.
      Os Waterboys evocam sempre os antigos bardos e algo de belo e profundo devido ao qual as canções merecem nascer. Verdades lá muito ao fundo... quase esquecidas.
      Beijos e uma boa semana!

      Eliminar
  2. Este registo otimista acalma-me.
    Devias era ter-me avisado destemar quando navegava num rio lindo há una anos atrás.
    Podia ter vestido colete e mudar-me para embarcação mais segura.
    Agora que faço: deixo que a ondulação me desfaça contra as rochas.

    Um 'post' que me faz desconfiar desta Alegria? Bateste com a cabeça?
    De qualquer das formas gosto muito do registo.

    Obrigada amiga.

    beijinho

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bem... para ser muito franca, o registo não é totalmente optimista.
      Tem um sabor muito, digamos, agri-doce.
      Eu preferia a suavidade do rio, mas, já que é hora do mar, vamos a ele, como os antigos marinheiros.
      Vemos que há estas eras amargas na História, mas nunca imaginávamos ver-nos tão cedo no meio de uma! (TRÊS situações de pré-guerra na Europa num só século? É preciso termos dirigentes mesmo ignorantes e burros!E sempre pelos mesmos motivos!)
      Mas, atenção, isto não é conformismo: o que entendo é que, já que nos lançam ao mar, quase borda-fora de tanta coisa que conquistáramos a pulso (nós próprios e várias gerações) então nademos com forças, enfrentemos os perigos. Mas sejamos nós a virar o jogo, à nossa maneira, a nosso favor se possível. Garanto-te que os primeiros a fugir e a se "afogar" nas ondas serão esses que nos apelidam de "piegas", mesmo dizendo isso porque estão com "costas quentes" e um bote salva-vidas garantido. Lembras-te do filme "Titanic"? É um pouco como isso. Os construtores e "timoneiros" abandonam o barco e os passageiros. Temos de ser passageiros corajosos e se possível fazer algo para salvar ainda o navio.
      As imagens deste video são belas, decerto, calmantes como é o mar, mesmo bravo, no entanto metem também medo.
      Eu tenho medo. Como tu, decerto, ou a maioria das pessoas confessa, ultimamante. Medo pois não se vê uma atitude inteligente e solidária para salvar a Europa,por ver tanta burrice teimosa dos governantes cá do "burgo". Estão a deixar isto esticar, esticar... em troca de quê? Umas festinhas da Merkel, como se fosem "Lulus"? Parece quererem mesmo provocar uma revolta, como pretexto para imporem uma ditadura explícita. Sonham doentiamente com um regresso ao "antigamente", como se a História, embora em ciclos, pudesse ter páginas rasgadas por capricho dos mais ou menos revanchistas. Espero que os portugueses se lembrem que esses "outros velhos" tempos de pobrezinhos supostamente "honrados" já não fazem sentido e eram um quadro fantasioso da realidade.Apesar de tudo, muita gente melhorou a sua vida, isso é bom, como país. Perdemos umas coisas, mas evoluímos mais do que aquilo que perdemos. Mas o que me assusta mais é ver essas teorias em pessoas que conheço , outrora inteligentes e arrojadas, mas que parece que engoliram uma cassete de sanha contra velhos fantasmas! Embora não a conheça, veja-se por exemplo a outrora sensata Isabel Jonet a verter essa cassete da "austeridade castigadora", tipo "cilícios" apertados com que se martirizavam os ascetas, mas desta vez económicos... estilo penitência para... quem se afeiçoou a bifes! Ridículo! devemos não só pensar no que uns mais próximos sofreram ,mas no que ganhámos como país desde 1974. Claro que as pessoas devem aprender a ser poupadas, mas até por motivos ambientais e de solidariedade Universal, para com quem tem menos no mundo. Não como desforra de uns mais poderosos que se arrepiam todos por haver pessoas já com mais algumas posses que puderam durante uns anos, após o 25 de Abril/74, finalmente comprar uns bifes no talho! generalizou brutamente, disparatou, ofendeu quem está a sofrer. Tanto os mais miseráveis como os remediados!
      (continua)

      Eliminar
    2. Acertas quando dizes ver algo mais, no meu post, mas isso não cabe aqui dizer.
      Vê o que diz a letra... eras como estas por vezes fazem-nos quastionar TUDO, a vários níveis, querer largar tudo ou quase tudo, mandar tudo às malvas e ir para uma ilha deserta e deixar de acreditar cá em bens comuns, em sociedade melhor. E tantas coisas que nos serviam de âncora e que se revelam afinal pouco firmes e até voláteis...
      Gosto muito de pessoas em geral e de bastantes em particular e de aprender com elas, em gestos, palavras, atitudes... mas tenho dado com o nariz em tanta falsidade e tanta pequena e ridícula arrogância em tanto lado...em suma: em tanta pequenez e pequena e grande maldade...
      Adiante. Portanto:
      Digo só que tenho cada vez mais respeito e medo do mar, até pelo que me aconteceu este Verão, como bem sabes. Mas TENHO medo. Não sou totalmente optimista. Confio que iremos enfrentar este Mar.
      Se te passou como mensagem plenamente tranquilizadora e optimista, ainda bem. Sinal que consegui que, mais do que a minha angustia, transmitor a minha mensagem de alguma esperança e ânimo que pretendia.
      Esta canção dos Waterboys é daquelas que nos vai lembrando o que é crescer...
      beijinho, amiga.
      (depois falamos)

      Eliminar
    3. Querida Margarida,

      Já tinha saudades da tua sabedoria e verdades que não consegues falar.
      Tens razão, mete medo, mas que é a vida sem temor? Puro instinto de sobrevivência.

      Ando para te perguntar, como estão as gatinhas?

      Um beijinho

      Eliminar
    4. "O que é a vida sem temor?"
      é...
      E depois a "sábia" sou eu? ;)
      Desde que nascemos temos também a nossa face de temor.
      Desde que tenhamos temor das coisas "certas". Do que tem de ser temido. Não de parvoíces , ou uns dos outros...
      As gatinhas estão finas! Ainda há bocado andaram em correrias doidas.
      Um beijinho

      Eliminar
    5. E não percas o post que estou a acabar para sair esta noite... hã.... esta madrugada... Bem é sobre a merkelina, claro, não o outro que anda para sair há dias... tinha de sair um sobre a dita e lá fui interroper de novo a minha programação. Uff!
      Mas como disse, não percas, pois acho que vale a pena! ;))

      Eliminar
  3. 'Mesmo chovendo também faz sol' lá vou eu dizendo (e repetindo) sempre que vejo as águas do mar ou rios navegados, mais revoltos.

    Vai dando resultado, pois vou continuando a chegar quase sempre a bom porto.

    Tudo de bom.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Há sempre uns raios de sol, de facto, caro amigo Alberto.
      E... flores também, não é? ;)
      Temos de os saborear, embora não neguemos a existência das águas revoltas.
      Havemos de chegar a bom porto.
      Mas não com meros conformismos, claro.
      Temos de estar de olho vivo, para vermos tanto as ondas como o sol.
      Tudo de bom!

      Eliminar
  4. Cultiva com profundo saber, um blog lindo, com temas atuais e muito pertinentes.Beijo de leitor que te segue.:-BYJOTAN.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigada, Byjotan.
      Fico muito sensibilizada pelas suas palavras, principalmente vindas de quem as sabe cultivar com carinho.
      Já espreitei o seu blog e... como há tanta gente sonhadora a fazer da escrita melodiosa o seu mundo, não é? Parabéns! Voltarei lá com mais calma.
      E viva a blogosfera!
      Beijo

      Eliminar