quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Anteontem: Segunda Vigília Pela Educação(17-9-2012-Sic)



(Vigílias no Porto e em Coimbra contra a nova estrutura curricular, formação de mega-agrupamentos e pela vinculação dos professores contratados, dia 17 de Setembro de2012,  notícia na SIC)

A tal  a que  não pude ir.. :(((
100 participantes  no Porto e 30 em Coimbra?! :(
E  também decorriam em Braga e em Lisboa....porque não mencionaram? A mesma apatia docente de sempre pelas bandas da capital! Concordam com estas políticas que estão a destruir   a Escola Pública?! Custa muito sacrificar 4 horas   e  abdicar das novelas? Não há meio de entender... Na Educação, tal como na luta contra as "desmedidas" das Finanças nacionais, precisamos   de ser persistentes a manter acesa a chama destes  protestos ...
Ah... mas muitas pessoas gostam de milagres e de salvadores instantâneos, não é?
Esquecem  a lição fundamental: nas Causas, como na nossa Vida, o nosso "Salvador" devemos ser nós próprios, mas tomando parte  no que se organiza de interacção entre pares.... Até os bandidos das  quadrilhas ,  financeiras ou outras, sabem isso muito bem.
É como dizia "o outro": o Bem venceria, se os bons dedicassem tanto empenho ao Bem quanto os maus dedicam ao Mal. (a frase não é  bem assim, mas fica a ideia. O autor é muito famoso mas agora passou-me...).
Amanhã dedico mais tempo a reflectir sobre estas iniciativas de Professores, com fotos da primeira Vigília, em Julho passado. Agora estou demasiado desiludida, embora ao mesmo tempo contente com a dignidade e a participação variada que pude ver nas imagens (alunos, pais... vá lá...) Força, MJ , I. , JP e restantes amigos/as.
Ai Portugal, Portugal.... :((
Deixo aqui o texto do Comunicado desta  segunda Vigília:
"Estamos aqui para provar ao senhor Ministro da Educação e à sociedade civil que estamos unidos e que acreditamos na escola pública, numa escola para todos e não apenas para alguns;
- Estamos aqui para dizer, neste que foi o PRIMEIRO DIA DE AULAS em muitas escolas, que as coisas não estão bem nas Escolas e que é necessário contar a toda a gente o que realmente se passa dentro delas:
- Tal é a desorganização nas escolas que muitos dos horários dos docentes foram concluídos até à última hora;
- Existem professores com 10 ou até mais turmas, cada uma podendo ter até 30 alunos, o que poderá perfazer cerca de 300 alunos por professor;
- Que esse elevado número de alunos por turma compromete seriamente o apoio individualizado aos mesmos, o seu sucesso educativo e inclusive fomentar casos de indisciplina. A própria OCDE refere num relatório divulgado há dias que o aumento do número de alunos por turma piora o nível da educação;
- Constatar que existe uma escola dirigida por uma política de medo, cujos professores são seus reféns;
- Que os mega-agrupamentos, escolas que custaram milhões ao erário público, não têm dinheiro para pagar os seus custos operacionais mensais. Estas escolas, com milhares de alunos sem a supervisão devida, em vez de se regerem por uma proximidade entre direção, professores, alunos e restante comunidade educativa, são cada vez mais desumanizadas.
- Estamos aqui porque um dos grupos mais afetados a nível de estatística do desemprego são os professores, que de um ano para o outro… deixaram de poder trabalhar, embora sejam necessários nas escolas. Aliás, Nuno Crato tem referido repetidamente que, nos últimos anos, o número de alunos tem diminuído, apresentando esta justificação para o corte no número de professores este ano letivo. No entanto, os dados oficiais DESMENTEM esta justificação ministerial: a Direção-Geral de Educação refere que o número de alunos aumentou nos últimos 3 anos; também a OCDE prevê um aumento de 10% dos alunos entre os 15 e os 19 anos, em 2015, em comparação com a última década. Isto, já para não falar no número de alunos que, devido à crise económica que vivemos, tem passado do ensino privado para o público.
- Estamos aqui para dizer BASTA… Não somos os bodes expiatórios da crise. Esta situação em que milhares de professores se encontram é o fruto de políticas educativas falhadas de sucessivos governos e dos seus experimentalismos.
- Estamos aqui para contestar as políticas educativas que são erradas, puramente economicistas e que, visto sermos nós que as colocamos em prática diariamente nas escolas, queremos ser ouvidos e queremos desde já a REVOGAÇÃO DA REVISÃO CURRICULAR e um AMPLO DEBATE sobre o assunto.
- Estamos aqui, neste movimento cívico, para demonstrar a nossa INDIGNAÇÃO e decidir o que queremos fazer com a nossa LUTA e ouvir-vos a vós: Professores, encarregados de educação e restante sociedade civil porque, seja aqui ou de outra forma, entre a inação e a ação, nós preferimos a ação.
Para terminar, gostaria de dizer que estou com a terrível sensação de que, iniciado o ano letivo e ultrapassada a oposição inicial dos mais resistentes, se os professores deste Portugal não demonstrarem que estão descontentes com as políticas educativas deste Governo, os que estão fora do sistema não passarão de distantes memórias e a Escola Pública, tal como a conhecíamos, desaparecerá.
Digamos de uma vez por todas: BASTA."

4 comentários:

  1. Penso que não é futuro, é presente: desapareceu.
    Veremos o que surgirá.

    Acredito que ainda dará muitas voltas. Sinto o governo hesitante em tantas matérias.
    Há que continuar a pressionar.

    Beijinho e regressaste em força.
    Gosto em ver-te!

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    1. O Crato tem mesmo políticas hesitantes, ou melhor: de recuo noas promessas feitas e de destruição da Escola Pública.
      E não percebe patavina, como infelizmente se constata.
      O ano vai ser loooongo...

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  2. em Lisboa uns 100 tb, não sei por que não dão junto a notícia da vigília de Libsoa...

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    1. Desculpe só responder agora, Leonor.
      De facto não se percebe porque não fizeram a cobertura completa. Deve depende dos contactos feitos na Comunicação social. Ou da sorte...
      Vá lá que a manif geral do dia 15 compensou um pouco esta aparente indiferença...
      Volte sempre! :)

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