quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Why can't we be friends?


(Muppett Show , de Jim Henson,"Why can't We Be Friends"- do episódio 401)
Gosto especialmente deste video , desta versão da canção. Ora façam  o  favor de ver  recordar e sorrir.;)
E agora é ler devagar:
É uma verdade incontestável  que as guerras não fazem bem a ninguém, a não ser aos  que enriquecem com ela ( os que tantas vezes as causam, com calculismo e irresponsabilidade, por estarem protegidos à sombra de qualquer bananeira,  longe da frente das batalhas). E mesmo assim, avaliados os danos, estes são sempre bem mais pesados do que quer que  se possa ter lucrado.
Sempre gostei muito dos Marretas ,da época áurea do seu Show, tendo este video em particular um valor extra que não vou especificar. Mas  isso é para mim, pois tenho vindo a aprender que aquilo que valorizamos é  muitas vezes apenas um interesse passageiro  ou mera curiosidade para outros, até um instante de mero divertimento fútil. Deveriamos todos,seres humanos, uma mesma espécie, andarmos numa sintonia comum,  ou pelo menos  num número diferente da mesma frequência , hertziana ou..."Heart-ziana", no que respeita a certa harmonia de ideais, de sonhos.
Porém tal não acontece: julgamo-nos mais perfeitos uns que os outros, com mais razão uns que os outros, desprezando os pontos comuns que desenham a frágil Paz. E daí tão facilmente surgirem as guerras, colectivas ou privativas.
Um povo julga-se superior e mais "cumpridor". GUERRA. Um outro acha-se no direito a um certo terrritório. GUERRA. Um país quer obrigar outro a fazer algo. GUERRA. Outro quer impor aos restantes a sua cultura, a sua forma de ver o mundo... GUERRA. Sempre e sempre se encontram as dissidências, apesar de tantos organismos (pagos a peso de ouro e cheios de pergaminhos e comendas) que são criados para tentar manter, senão a união, pelo menos a paz e o não-confronto.
   Se isso é entre povos, que dizer então entre pessoas? Um implica com a cara do outro... GUERRA. Outro leva a mal o que Um disse: GUERRA. Um perde a paciência e resmunga com Outro: GUERRA. Outro resmunga e perde a paciência com Um: GUERRA. Um tem gosto musical diferente, usa roupa diferente, não quer o mesmo penteado, acha que o outro desafina sorri pouco ou fala pouco, sorri muito ou fala muito... tudo e tudo pode ser motivo para encontrar diferenças, quebrar pontes, por vezes tão a custo construídas, mas de bela arquitectura. Tudo é pretexto para Guerra, para tonto desentendimento, para atitudes radicais e pouco frutuosas... Como depois reclamar pela paz no Mundo, por ideais gloriosos e pomposos, ao nível Universal, se depois só há espaço nos corações e nas mentes para a desconfiança do vizinho, para a zanga com o colega, o corte com o familiar, a fúria com quem é amigo?
Isto só mostra como o ser Humano é pequenino, face à grandeza que tem em mãos, a grande  responsabilidade  de tomar conta de um Mundo que não merece. Mas mesmo assim tem esse poder, o de estabelecer harmonia na Terra, de desenvolver uma Humanidade mais justa. Só que precisa de descer do pedestal e agir CADA DIA que passa. A Paz não é um bem absoluto que guardamos no bolso, ou sequer num cofre. A Paz constrói-se e conquista-se, tantas vezes no meio de lágrimas e do esquecer dos orgulhos ocos e mesquinhos.
  Sempre pensara assim. Só que nos últimos tempos descobri que na Vida funcionamos como um grupo de remadores de um grande barco. Porém com uns virados a remar para um lado, estando  outros a remar para a direcção oposta. Não me refiro a lados políticos, mas dos rumos da paz. Cheguei à teoria pessoal que ,enquanto uns  seres humanos  (ou povos inteiros) nascem para tentar conciliar, --construir laços, tentar não fazer grandes ondas (para além dos debates de opinião) com uns e com os outros, tentando encontrar os tais pontos comuns que nos unem --, outros parece que nasceram em e para as guerras, ou pelo menos para os constantes desentendimentos e conflitos, vendo  ofensa no mínimo que é dito, procurando significados ocultos e/ou perversos nos "discursos" mais claros e transparentes, revirando cada pedra em busca de serpentes, enquanto não reparam na verdadeira serpente, a mais venenosa, aquela que se instalou nos seus corações: a serpente da desconfiança, do medo, da escuridão. E é essa "serpente" que, tal como no mito bíblico,em momentos de crise,leva a trair a promessa,  leva a trair a confiança do que se contou, do que se confiou de muito pessoal(não  coisas genéricas, mas muito concretas e privadas!). No ano que passou deparei com essa "serpente" a dominar algures e... não foi bonito.Creio que se deve a feridas pessoais, mas gostaria bem que tal "serpente" fosse erradicada e posta num" Museu do que Não é Importante"...Porém, como li outro dia, a propósito da amizade, não é  que existam pessoas a  não MERECEREM a nossa amizade(quem somos cada um de nós, de especial?).São pessoas que não estão PREPARADAS para a nossa amizade. Infantilidade, talvez. Insensibilidade, quem sabe. Medo de viverem SEM conflitos, a hipótese mais provável. Assim como há povos que demoram séculos a estarem preparados para viverem em paz. Portugal, por exemplo, não demorou muitos séculos a aprender, embora muitas vezes substitua a paz activa pela apatia colectiva e fatalismo.
Em suma: é mesmo muito difícil isto da convivência entre pessoas e povos, mas não é tarefa impossível, se todos remarmos na mesma direcção, a da paz e do bem comum, seja qual for o abismo de ideologias,  de tradições, de feitios e de percursos pessoais.
Às vezes é preciso virem uns bonecos, uns fantoches peludos como os Marretas, para nos lembrarem quanto os conflitos são ridículos e inúteis e que mais valia entoarmos uma canção e andar a lançar alegres fulminantes. Reparem que quem abriu fogo "a sério" foram os velhotes resmungões, ou seja, as gerações mais caducas, que já pouco têm a perder! Foi sempre assim na História do Homem e os Marretas parodiam isso na perfeição. Mas somos geralmente cabeças muito DURAS!
Vivemos dias negros na Europa e no Mundo, há quem fale em (mais!) guerras mundiais no horizonte (para não variar...) e há quem diga que se deveria saltar à frente do Ano de 2012, que agora começa. Discordo: cada etapa é precedida de outra e mesmo as mais difíceis devem ser superadas, para não nos "excluirmos" da corrida. Apesar de tudo acho que só será um ano Negro se o permitirmos.
A nível Geral, será difícil evitarmos os momentos de desânimo e até algum desespero. Mas esses já nem bem me interessam tanto, pois, bem ou mal, a Humanidade tola cá vai sempre continuando a fazer "das suas" na Terra.
 Já a nível pessoal, no que a mim e aos mais próximos diz respeito, familiares , amigos ,  vizinhança, julgo que PODEMOS FAZER a DIFERENÇA, sim.E com ela melhor enfrentar o Ano Negro Nacional e internacional. Especialmente no que respeita aos amigos. Há quem diga que a amizade é o que de mais belo e altruísta existe no mundo, pois que totalmente GENEROSO e sem atitudes de "interesse". De facto: até no Amor as pessoas buscam qualquer coisa em troca, seja intimidade, companhia, protecção, o ser centro da atenção para alguém. No amor de mãe/Pai, é o orgulho de transmitir os genes, de perpetuar, o revermo-nos nos filhos. Mas na Amizade não: haja embora momentos mais graves e outros mais leves, momentos de afastamento e outros de convívio, o que se busca no amigo é só a sua amizade. Patético por vezes, eu sei! Olhem para aquele/aquela "palerma" que está ali.Com pouco em comum comigo, aparentemente. Não me era nada, não o/a conhecia de parte alguma e, num certo momento, tornou-se meu amigo/minha amiga! Milagre! 
Não falo dos "conhecimentos", dos contactos", ou sequer da amizade popular em redes sociais.Não são "caçadores-de-talentos" ou  especialistas em relações públicas, mas tornam-se um pouco especialistas... em nós. Falo de quem é capaz de gostar de nós, mesmo com alguns defeitos de parte a parte, sem saber bem porquê e por outro lado sabendo, sem explicar; pessoas que, mesmo depois de distância de meses ou anos, nos recebe de braços abertos, como se nos tivessemos visto já "ontem", alguém que não nos  mede pelo aspecto (alto/baixo/magro/gordo...), que não liga nenhum "radar" para ver segundas intenções ocultas, alguém pronto a escutar, mas em quem podemos confiar, alguém que escutamos também com paciência e carinho, mesmo que não possamos ajudar.Alguém que tenta aceitar e entender mesmo o quase inaceitável e incompreensível em nós. Mesmo que discutamos por vezes, acabando a rir-se connosco. Pessoas a quem podemos simplesmente dizer, com a nossa presença: Estou aqui. Alguém se preocupa. Conta comigo. E sei que também contigo posso contar. Podemos conversar. Ou podemos escolher o silêncio eloquente. De uma ou outra forma estaremos a "Dizer-nos".
Pois a Amizade comunica sempre, na própria amizade. Gratuita, mas por vezes difícil. Altruísta, para que aprendamos melhor a dar. E a SER.
Desejo mais uma vez um Excelente Ano de 2012 a todos,em especial aos amigos, lembrando que, para a PAZ que nele queremos, devemos repartir o que somos, procurar conservar o que está bem,  burilar o que está menos bem,  remendar o que se estragou (estamos em contenção e poupança, recorde-se!:)), enfrentar CADA DIA e cada situação com coragem e força... sempre tendo a PAZ como objectivo principal e COMUM. Denunciando e tentando sarar as alergias, porém jamais esquecendo de viver  e "saborear" as alegrias! :)
Obrigada, Marretas "fofinhos"!
(e , bolas! lá ia eu escrever só umas palavras, mas sou assim, às vezes: "chatinha" mas bem intencionada... Tenham lá paciência para me aturarem um pouco em 2012, ano novo em folha. Ai ai...)
Margarida Alegria (4-1-2012 in blogue "alegrias e alergias").

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