Mais uma para o já longo obituário de Inverno... Desta vez, faleceu Cheeta (ou em Inglês, Cheetah), que não era "uma" mas "um chimpanzé, nada mais do que o mais famoso do Mundo.
Famoso, por ter sido estrela em vários filmes dos anos 30 (entre 1932 e 1934) do "Tarzan" protagonizado por Johnny Weismuller e Maureen O'Hara.
Eu era muito pequena e das peripécias desses filmes lembro-me pouco: Tarzan a viajar de liana em liana e a lançar o seu grito,Tarzan a lutar contra crocodilos, ou a bater no peito(mais uma vez com o grito que oscilava entre um infeliz com dores de dentes e um cantor de ópera a fazer gargarejos terapêuticos), uma Jane a refilar com Tarzan antes de ser beijada, Jane a nadar no rio e a sair milagrosamente de cabelo já seco, mais tarde um filho ( para cumprir o american dream da família nuclear, pois claro!), de nome "Boy"...
Mas a estrela, a maior estrela era sem dúvida, pelo menos para a criançada, o chimpanzé Cheeta, que pouco mais fazia que brincar com o Boy ,bater palmas, tapar os ouvidos ao que dizia Jane (por ordem de Tarzan!) e,sobretudo, soltar a sua famosa gargalhada, numa fiada de enormes dentes ou projectando os lábios num ulular simpático e gozão! (a família feliz da Selva africana: umas tangas, muito ar livre e muito Amor. Poderá ser o nosso ideal em tempos de crise, no tal regresso ao "essencial"? Será por isso que PPCoelho quer que emigremos para África?)
(Cheeta, já no Santuário animal da Flórida, com foto "de família)
(Cheeta já nos seus últimos anos de vida. Ainda parece feliz...)
(Cheeta, já no Santuário animal da Flórida, com foto "de família)
Desde os anos 60 a viver num Santuário de Vida Animal, na Flórida, parece que Cheeta tinha interesses variados, o que também pode ter contribuído para ficar muito tempo neste mundo: pintava com os dedos, gostava de música e... de futebol. E gostava, sobretudo , de ver as pessoas a rir.
Dera risos ao mundo e gostava de os ver nos outros.
Tinha cerca de 80 anos e faleceu na véspera do dia de Natal passado, não resistindo a uma crise renal.
Havia polémica quanto à sua identidade como o verdadeiro chimpanzé dos filmes de Tarzan. De qualquer forma, ficou consagrado como tal, proporcionando belas visitas de crianças e adultos, sorrindo e fazendo sorrir. E, batendo todos os recordes de longevidade, ultrapassando O DOBRO da esperança média de vida dos seus congéneres.
Portanto, recapitulando, era ele (ou outro?) a maior estrela em "Tarzan", com suas palmas e sorrisos. Mencione-se ainda hoje o nome "Cheeta" e qualquer pessoa que visse TV há umas décadas sabe de "quem" se está a falar. O que comprova que, para a sobrevivência de qualquer um na memória dos outros, mais que beleza e inteligência, candura, coragem , elegância e força, ou até mais que qualquer enredo, o que perdura é a alegria contagiante, um BOM E VERDADEIRO SORRISO, a descontracção de uma bela gargalhada!
Até sempre, Cheeta!
Até sempre, Cheeta!
(Cheeta já nos seus últimos anos de vida. Ainda parece feliz...)
Sem comentários:
Enviar um comentário