terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Da Verdade- Intervalo musical: Kings Of Convenience - Misread


(Kings of Convenience, "Misread", álbum- Riot on an Empty Street)
Uma das minhas descobertas musicais nos últimos anos, este dueto norueguês, com uma canção das que mais me toca, pelas mais diversas razões (já a terei postado?).
Um" intervalo" musical antes da saída do  outro dito post mais que anunciado,  remisturado e repensado, mas que me está a "doer" muito para finalizar, nestes tempos de "chumbo" e frieza social (e vai  acabar por sair uma bela porcaria).
Não se deixem iludir pela suavidade da melodia de toques simonandgarfunkelianos e de bossa nova. A letra  "arranha-nos", até com desarmante franqueza , tocando o que mais deveria ser essencial entre as pessoas: todas deveriam ter uma simplicidade-base que evitasse o acabarem tantas vezes a  "tresler" o que os outros dizem ou fazem, na difícil tarefa da comunicação.
Há coisas que também me confundem assim: descobrir com dor que nem sempre as minhas/nossas palavras são interpretadas com o sentido que lhes quis(emos) dar; descobrir que valores como a lealdade, ou  como o amor à verdade, nem sempre  têm o mesmo peso para outros, aqueles em quem confiávamos(os restantes pouco importam), como o que têm para nós. 
Descobrimos isso, vem  o choque, a desilusão, tentamos ultrapassar tudo de coração aberto, como escrevendo em folha limpa. Uma e outra vez. É uma luta que gostaríamos que fosse desnecessária na vida, um sofrimento extra no que esperávamos serem  doces oásis secretos  nos desertos de outras guerras, as rotineiras, as  obrigatórias.
 Mas acontecem. E estas são as batalhas mais importantes, tantas vezes, elas sim, "acima das nossas possibilidades".
 Para traçarmos a fronteira, para sabermos aquilo pelo que vale a pena oferecermos a nossa  alegria ou dor, resta-nos olhar para o que pode ajudar a estabelecer a diferença entre verdadeiro e falso:"A friend is not a means (...)/ Friendship is an end ". E todos os mais nobres sentimentos  e causas deviam ser assim: um FIM em si, não um MEIO para se obter alguma coisa....
É menos linear do que parece...
Eis que os KOC também devem ter razão quando cantam: " the loneliest people / were the ones who always spoke the truth"... -- lá está,  essas pessoas ingénuas arriscam "o pescoço" no veloz mundo das aparências assépticas, por fazerem a "diferença", ao se atreverem a "confrontar a indiferença".
Aí temos o mais árido dos  desertos , que nos tenta invadir o coração de ventos frios e da poeira dos séculos:  A INDIFERENÇA. 
Não devia fazer parte do nosso itinerário. Tentemos, pois,  seguir outro trilho...
(Ressalva: entendendo eu    essa Verdade  com o significado de Transparência, sinceridade ; e não  de rudeza descarada).
Margarida Alegria (19-2-2013, in blog "Alegrias e Alergias").
Fica a letra:
                                                               "Misread"
If you wanna be my friend
You want us to get along
Please do not expect me to
Wrap it up and keep it there
The observation I am doing could
Easily be understood
As cynical demeanour
But one of us misread...
And what do you know
It happened again

A friend is not a means
You utilize to get somewhere
Somehow I didn't notice
friendship is an end

What do you know
It happened again

How come no-one told me
All throughout history
The loneliest people
Were the ones who always spoke the truth
The ones who made a difference
By withstanding the indifference

I guess it's up to me now
Should I take that risk or just smile?

What do you know
It happened again
What do you know

2 comentários:

  1. Adoro este grupo :) Acho que já postei uma vez no meu blogue! musicas geniais de tão simples que são!
    Obrigada!

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    1. Também é dos meus favoritos, Valsita! :)
      É isso: simplicidade com muito... "substrato"!
      Assim que os escutei fui logo conhecer toda a discografia.
      Beijinho!

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