terça-feira, 6 de março de 2012

Últimas da área educativa e anti-educativa

                                     (MLR em mais uma "linda" foto, no programa de rádio "gente que conta"... Que CONTA?! Puah! só se for contar dinheiro e tachos! Jamais esqueceremos a destruição que promoveu!)
Antes de posts "de fundo" , lugar a três novidades no campo da Educação (duas) e no da "Anti-Educação", a primeira e mais antiga, pois é do foro judicial , sobre pessoas que foram contra a Escola Pública e a Educação em Portugal. Sim, adivinharam, a dita cuja, em mais uma foto para a posteridade acima, embora continue por aí a acumular prebendas, na sua prateleira dourada e em um programa de debate da rádio onde é mais do estilo "ãhn... eu acho que... ãã~.... efectivamente... ããn.... os políticos até se esforçam em poupar recursos ãn... os cidadãos é que querem tudo... aãh....quero homenagear estas mulheres... ahn.... e falar dos cargos e do salário do  engenheiro catroga é cair em armadilhas e alçapões... ahn..."
Bem, adiante.
A primeira notícia é para lembrar o andamento do julgamento da ARGUIDA (como sabe bem ver este termo associado ao ser em causa!)   Maria de Lurdes Rodrigues, acusada de prevaricação e que já noticiámos AQUI Para já, o  secretário-geral  do ME, João da Silva Baptista, já foi condenado a uma multa ( quatro mil Euros) pelo Tribunal de Contas e o julgamento a "sério" virá por aí.
APROVAMOS: começam a ver-se alguns resultados e a repor-se a justiça deste vergonhoso caso de favorecimento e de delapidação do Erário público.
NÃO APROVAMOS: Como é que apenas o Secretário-geral paga multa(é ele o "responsável da Educação" mencionado no título) e apesar de tudo pequena face aos montantes em jogo  e a responsável máxima pela pasta da Educação , então,(claro, MLR...) não paga um tostão? Pois... coisas do "mexilhão", já se sabe...
A segunda notícia é sobre a polémica do AO e da "bola de neve" contra o mesmo,  que aqui temos vindo a noticiar. Desta vez, os filhos da falecida filóloga e especialista em gramática do Português e etimologia, Maria Leonor  Carvalhão Buescu, grande   Professora Universitária, vieram esclarecer o público, precisamente num artigo do "Público" de hoje, o quanto rejeitam o abuso que foi feito do bom nome da sua mãe, que já não está cá para rebater e desmentir. Dizem que estudos científicos da sua mãe foram descontextualizados e deturpados.
Resumindo, explicam eles que Edite Estrela  Almira Soares e  Maria José Leitão, senhoras recentemente convertidas à defesa do AO, por via do patrão Sócas (pois entretanto já haviam publicado novos manuais sobre a Língua, ignorando olimpicamente o "novo-AO"),  têm vindo a mencionar os estudos de Maria Leonor Buescu, para defender o novo AO. O trio  de doutoras-malabaristas alegavam num determinado livro e por outras vias (por exemplo no Facebook) e citando a respeitável Linguista que as mudança deste AO  eram tão necessárias, embora impostas, como outrora haviam sido as regras criadas pelos primeiros gramáticos ( por ex., Fernão de Oliveira e João de Barros, no séc. XVI)!!!!
Os  filhos subscritores da carta aberta vieram esclarecer que era obviamente abusiva a comparação, pois esses gramáticos tiveram de criar regras onde elas não  existiam e fizeram um trabalho o mais coerente possível tendo em conta as referências possíveis então. Já o novo AO, combatido com denodo por Maria Leonor Buescu, quando entre nós, além de não ter coerência etimológica e de argumentação possível, não passava da tentativa de alteração por decreto das regras JÁ EXISTENTES!
O artigo chama-se
"UM CASO DE REVISIONISMO POR CONVENIÊNCIA" ( in Público, 6-3-2012, pág 51, versão papel- linkei o título a um post do blog "ILCAO- ILC contra AO", que reproduziu o texto) .
Não sei se está online do Público, mas deixo aqui alguns excertos significativos (os sublinhados são meus):
"Convém repor a verdade, sobretudo quando ela altera e por isso mancha a reputação de quem, ao longo de toda a sua vida, foi uma generosa e infatigável defensora de princípios científicos que justificaram a sua crítica frontal ao AO, no âmbito das polémicas que sobre ele desde os anos 80 tiveram lugar."
"Uma deturpação como esta, realizada por quem sabe quanto a crítica directa ao AO foi uma das posições definidoras de Maria Leonor Buescu  , roça o abuso do direito ao bom-nome, que está constitucionalmente protegido, mesmo para aqueles que já faleceram, como é infelizmente o caso."
"(...) a transposição adulterada do seu saber apenas manifesta que quem a cita não sabe o suficiente para a compreender(...) As observações de Maria Leonor Buescu descrevem uma situação histórica, do 1º quartel do séc. XVI, em que os primeiros gramáticos e ortografistas foram confrontados com a necessidade de codificar o vernáculo de uma forma sistemática, o que ainda não tinha ocorrido até aí."
"É com orgulho que dizemos que Maria Leonor Buescu continuaria hoje, se fosse viva, a ter  precisamente as mesmas  posições que nos anos 80 e 90. Ou seja, continuaria a criticar de forma tenaz e inteligente , com o saber que ao longo dos anos construiu, o presente Acordo, que na sua óptica era uma peça científicamente lamentável e socialmente injustificada."
Leram ,senhores "Casteleiros" e senhoritas "Estrelas"? "Cientificamente lamentável e socialmente injustificada" ! Ora tomem!
Lembro-me bem da posição oficial de Mª L. Buescu , nos anos iniciais da polémica. Foi das que mais batalhou contra o absurdo AO. Lamento também que haja quem não olhe a meios para alcançar os fins.
 Respeito quem argumente linguística e cientificamente, mas tal não foi o caso de Edite Estrela e "sus muchachas", que foi chamada  à última da hora como "especialista", para  acudir à causa  do novo AO, de uma imposição política e teimosa do seu delfim Sócrates, que por sua vez só queria agradar a alguns políticos brasileiros seus amigos (e nem os linguistas brasileiros foram devidamente escutados!).
E reparem bem: o que os antigos gramáticos quiseram uniformizar, foi para fixar a Língua escrita e assim ajudarem à preservação da jovem Língua Portuguesa de então. Já o novo AO faz o inverso: pretende uniformizar a Língua, transcrevendo para a escrita todas as suas variantes orais, assim criando o Caos linguístico e o vale-tudo ou tanto-faz -como- fez, ajudando apenas a fixar umas formas confusas que vão  dificultar e destruir a correcta leitura e em consequência causar a  futura deturpação oral das palavras, em "pescadinha de rabo na boca", destruindo a Língua, já vetusta e  de respeitável cabeleira banca, ao invés de a ajudar a preservar num mundo de Línguas francas onde muitas Línguas  "nobres" correm risco de morte. Para respeito pela Língua, estamos conversados. Claro que as Línguas são dinâmicas e evoluem, mas  o que este "Aborto Ortográfico" faz é o equivalente àqueles criadores de cães e gatos que tentam alterar a genética e a evolução natural das raças, cortando cirurgicamente as caudas  ou as orelhas a certos cães, para que os seus filhos nasçam  já sem elas e assim não incomodem os donos ao "espanar" a alegre cauda pelos apartamentos. Como  no caso desses cruéis indivíduos que brincam a Deus, Malaca Casteleiro e os seus seguidores mais assanhados parecem achar que as consoantes mudas (só para dar um exemplo) são uma maçada herdada do Latim e que é preciso modernizar o idioma à força e por decreto. Sobretudo se depois, vaidosos,  derem o nome a essa "reforma" mal amanhada!
Portanto:
APROVADA: a atitude esclarecedora e esclarecida dos herdeiros de Mª L. C: Buescu.
REPROVADAS: as atitudes à falsa  fé de E. Estrela e Companhia, que pensavam que tal deturpação daria validade científica ao AO e que esse abuso passaria incólume.
Terceira novidade: MEC e seis sindicatos chegaram a acordo quanto às regras de colocação de professores. VER AQUI o texto em PDF, fornecido pela FNE.
ainda não fiz a sua leitura atenta mas, para já:
APROVADO: algumas melhorias em relação aos texto inicial da proposta ( o habitual: pôr a proposta  inicial muito negra, para depois o cinza escuro final já parecer algo cheio de luz!): o poder dos directores nas contratações de escola não é tão exagerado. há algum peso da graduação  profissional, em contraste com o anterior dos critérios`"a la carte"... Professores do privado e do público podem concorrer lado a lado, mas já não há o desequilíbrio tão grande que punha os  do privado em vantagem escandalosa perante os que andaram a calcorrear o país em concursos públicos... Mesmo assim, é irónico que não possa existir o "quid pro quo", de os docentes  de público não poderem  aceder mais facilmente às escolas privadas, que não através da rainha Cunha. Como dizia o outro: " enfim... é a Vida!"... :((
NÃO APROVADO: Toda a complicação gerada com esta necessidade de novos regulamentos, tudo porque a dona maria de Lurdes e suas sequelas  instalaram o  conflito, a arbitrariedade e o Caos em algo que era antes razoavelmente consensual ( por exemplo:  com as  manias de novos programas informáticos inventados  e vendidos por amiguitos, bem como ao misturar todas a ordem de classificação para concursos para agradar a outros amiguitos fingindo o mérito mas gerando uma salada e muita injustiça, ou seja,destruindo pela base tudo o que era mais tranquilo e dava  alguma estabilidade às escolas). Não aprovado também todo o processo destes acordos constantes , mais uma vez assinado por uns e não por outros e pondo em letra de lei interesses lobbistas, nomeadamente do ensino Privado, que, tal como no caso das empresas,  gosta de ser privado para não ter interferências do Estado, mas passa a gostar do Estado para receber subsídios (cada vez maiores, enquanto as verbas para as escolas públicas diminui a passos largos!)  ter igualdade de circunstâncias  em concursos públicos, igualdade  que não dão eles  a outros...
E o texto vai longo, já há muito que ler aqui...ok ok... sempre foi um post "de fundo"! :))
Quanto ao cartoon prometido( outro assunto), não sei se ainda poderá sair hoje, mas está quase e merece a espera, modéstia à parte, eh eh...
O outro texto prometido, de assunto  (muito ) mais sério e triste também já está rascunhado, mas hoje não quero voltar a ele, para me manter com boa disposição q.b, para ultimar o cartoon!
Até já! ;)
Margarida Alegria (6-3-2012, in blog "Alegrias e Alergias")

2 comentários:

  1. Quanto à MLR, faz-me mal à azia falar da Senhora!
    Já no que respeita ao AO... ainda muita água vai correr sob as pontes! Ohhh se vai!
    Já a colocação de professores... esperemos para ver! O facto de o sindicato mais representativo não ter assinado, não augura nada de bom!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. LOL! E essa mulherzita impregnou de tal forma tudo, que até nas etiquetas do blog transformei a drª Maria Leonor Buescu em "Maria de Lurdes Buescu"!!!! Livra! Vou já corrigir!:))
      A dança do AO não pára. Nem o MEC nem o SEC se pronunciam firmemente. Deve ser o relvitas a manda nisso tudo também.
      Uma coisa parece ter melhorado na contratação de professores: nos últimos anos, por causa desta precariedade e liberalismo a reinar no sistema de concursos, um contratado aceitava um horário, mas depois, mesmo tendo iniciado as aulas, podia largar esse horário e escola para optar por outro em eferta. E os alunos lá tinham de esperar mais. Dantes não: se recusássemos um horário, ficavamos dois anos sem poder concorrer. Parece que voltaram a colocar essa regra. Havia alunos que viam dois, três profs substitutos ou mais num mês. Uns apresentavam-se e despediam -se dos alunos ao mesmo tempo.
      De qualquer modo, o pior mantém-se: não abrem vagas de efectivação para professores, embora eles sejam sempre necessários. O próprio Estado dá o mau exemplo de lucrar com a precariedade de milhares.
      Quanto aos sindicatos: as jogadas do costume. Agora a FNE assinará tudo com governos PSD, assim como a UGT tudo assina...E os professores continuam quase ignorados no meio dessa politiqueira.
      Beijinhos

      Eliminar