sábado, 28 de janeiro de 2012

Violinista com belo poder de improviso! :))



(violinista Lukas Kmit )

Toda a gente já deve ter tido esta experiência: estar num espectáculo que requer o máximo de silêncio, como um concerto de música clássica, uma peça de teatro,um bailado ou até no cinema (ou até numa missa ou funeral) e, no momento máximo de concentração dos artistas ou do "suspense" silencioso do filme, um irritante e invasivo toque de telemóvel ecoa na sala.

As reacções são quase unânimes, por parte dos restantes espectadores. Um embaraço geral e indignado, um olhar em volta para tentar descobrir quem é o novo "artista". A paragem gélida, tantas vezes, por parte do actor que dizia a sua deixa, do pianista que dedilhava fervoroso, do padre que pregava.

Do lado do prevaricador, as atitudes vêm variando. Dantes ainda se desculpavam num sussurro, procuravam o telemóvel no fundo dos bolsos (eles) ou das carteiras (elas), procurando desligar o toque irritante. Outros tinham o desplante de atender e sussurrar: "Agora não posso atender!"...

Outros saiam a correr da sala para atender, por entre olhares furibundos de todos. Ultimamente, tenho visto mais a atitude do descaramento total (bem em consonância com o narcisismo insensível galopante na sociedade): ou atendem ali mesmo e julgam que conversar a sussurrar ultrapassa o problema(isso especialmente no cinema, onde o "escurinho de.." que cantava a Rita Lee tudo parece amenizar), ou olham para as moscas que voam, ignorando o toque persistente, fingindo não ser o seu telefone a tocar.

Por mais avisos, sonoros ou visuais que surjam antes do arranque do espectáculo, com o Bugs Bunny ou uma voz sexy e séria a pedir-nos para desligar os telemóveis-- e apesar de o avanço tecnológico permitir a opção "Silêncio" nos aparelhinhos,-- quase não há espectáculo ao qual se escape ao maldito soar do Nokia ou do Erikson, ou sequer do brilho azulado de ecrãs de quem vai para o cinema enviar mensagem ou teclar joguinhos!

Pois... é que tantas vezes o telefone que toca pertence também àquele ser que entrou atrasado/a, a calcar os demais , sem pedir desculpa, a acabar de falar no telelé, para dizer banalidades, a desatar a mastigar ruidosamente as pipocas, ou a tirar o sobretudo com lentidão, tapando tudo em redor, e por aí fora...

Por vezes penso que o único remédio seria a drástica recolha dos telemóveis à entrada das salas, como é regra em tantas Escolas, ao início de cada aula.

Os japoneses inventaram um sistema que bloqueia a rede de telemóvel em certas salas, o que faz o justo (mais uma vez e sempre) pagar pelo "pecador", mas agora até isso tudo é ultrapassado pelas poderosas novas gerações... gerações de rede tecnólogica e de viciados em gadgets...

Pois bem, há uma meia dúzia de dias, o jovem violinista Lukas Kmit, na Eslovénia, foi herói da bofetada de "luva branca" nessas situações. Discorria o concentrado violino de Lukas numa Sinagoga(ainda por cima!), quando o famoso toque da Nokia se fez ouvir. Gelo total. Paragem do concerto... até que o músico deu a volta "ao texto" de forma genial! Ora vejam o video. :))Parabéns ao Lukas! Foi mais do que o "se não podes vencê-los junta-te a eles..." . Foi um "golpe de asa" inspirado! Aqui, a música e os músicos foram os vencedores!

E pergunto... com que cara terá ficado o/a dono/a do "toque"? ;))

(bem, às tantas o/a asneirento/a nem entendeu a subtileza, o que é tãããão típico das pessoas egocêntricas.*...)

* que mais depressa se metem a interpretar mal o que não devem, a esbravejar contra a própria sombra e contra inocentes nos quais tropeçam, do que reconhecem que são responsáveis pelos seus erros( não digo gaffes mas ERROS, más atitudes por opção), pelo mal que fazem aos outros constantemente e sem peias. Tristes Bostas de forma humana...

"Alergia" (28-1-2012, in Blog "Alegrias e Alergias")

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